Os princípios gerais de combate
às epidemias foram elaborados na Idade Média, como bem demonstra o Regimento
de preservação da pestilência, do século XIV.
Ele compendia medidas, remédios e tratamentos para prevenir o contágio que estão sendo utilizados hoje na luta contra o coronavírus.
Esse tratado foi composto pelo mestre em Arts i Medicina Jaime d’Agramont, catedrático de Medicina da Universidade Estudi General de Lérida, em face da violenta epidemia chamada Peste Negra, lembrou o jornal “La Vanguardia
Ele compendia medidas, remédios e tratamentos para prevenir o contágio que estão sendo utilizados hoje na luta contra o coronavírus.
Esse tratado foi composto pelo mestre em Arts i Medicina Jaime d’Agramont, catedrático de Medicina da Universidade Estudi General de Lérida, em face da violenta epidemia chamada Peste Negra, lembrou o jornal “La Vanguardia
Na verdade, d’Agramont não
organizou sozinho o referido tratado, que é uma compilação de sábios conselhos elaborados
por monges medievais para auxiliar os médicos e dos seus ajudantes.
A medicina sistematizada nasceu principalmente nas abadias medievais.
A própria instituição hospitalar era desconhecida na Antiguidade, até mesmo pelas civilizações pagãs mais requintadas.
Nelas, o doente ficava entregue a si mesmo, a curas caseiras e, para os mais ricos, havia o recurso a médicos que mais pareciam aprendizes e curandeiros supersticiosos.
A medicina sistematizada nasceu principalmente nas abadias medievais.
A própria instituição hospitalar era desconhecida na Antiguidade, até mesmo pelas civilizações pagãs mais requintadas.
Nelas, o doente ficava entregue a si mesmo, a curas caseiras e, para os mais ricos, havia o recurso a médicos que mais pareciam aprendizes e curandeiros supersticiosos.
O hospital como o conhecemos
hoje nasceu em Jerusalém por obra dos cavaleiros hospitalares, mais conhecidos
como Ordem de Malta, no auge das Cruzadas.
Copiando o modelo de Jerusalém, pulularam na Europa medieval os hospitais gratuitos.
Um peregrino alemão de nome Teodorico de Würzburg, que o conheceu, ficou maravilhado ao visitar um deles:
Copiando o modelo de Jerusalém, pulularam na Europa medieval os hospitais gratuitos.
Um peregrino alemão de nome Teodorico de Würzburg, que o conheceu, ficou maravilhado ao visitar um deles:
Hospital medieval
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“Não podemos de maneira alguma fazer uma ideia do número de pessoas que ali
se recuperam. Vimos um milhar de leitos. Nenhum rei ou tirano seria
suficientemente poderoso para manter diariamente o grande número de pessoas
alimentadas nessa casa”.
E era tudo gratuito!
E era tudo gratuito!
Diante da epidemia surgida em outubro de 1347 na Catalunha, conhecida
como Peste Negra, Jaime d’Agramont compreendeu ter chegado a hora
de tomar medidas a fim de impedir a sua difusão.
Compôs então o seu tratado. Tal epidemia apareceu inicialmente no porto de Messina, quando uma frota de 12 galeras de Gênova ancorou ali, fugindo da invasão dos tártaros.
Os navegantes não sabiam, mas os seus barcos foram os portadores do vírus que em apenas quatro anos fulminou a terça parte da população europeia.
A pandemia da Peste Negra foi definida pelo vocabulário médico da época como maxima pestis generalis.
Compôs então o seu tratado. Tal epidemia apareceu inicialmente no porto de Messina, quando uma frota de 12 galeras de Gênova ancorou ali, fugindo da invasão dos tártaros.
Os navegantes não sabiam, mas os seus barcos foram os portadores do vírus que em apenas quatro anos fulminou a terça parte da população europeia.
A pandemia da Peste Negra foi definida pelo vocabulário médico da época como maxima pestis generalis.
Em inícios de 1348 a peste negra avançou pela região francesa do
Roussillon, dizimando cidades como Montpellier e Avignon.
Jaime d’Agramont sistematizou em seis meses o primeiro tratado conhecido para
conter a epidemia. Infelizmente há poucos dados biográficos do benemérito
autor, mas “seu Régiment foi o primeiro a ser escrito com
ânimo de utilidade pública e em função da peste negra”, defende o historiador
da Medicina Dr. Francisco Cremades, da Universidade de Alicante. O Prof.
Cremades mostra que o coronavírus é combatido com as mesmas instruções deixadas
por d’Agramont, como o confinamento, a desinfecção, a limpeza e ventilação de
casas e ruas.
O manuscrito é datado de 24 de abril de 1348 e depois da Peste Negra
permaneceu ignorado durante mais de cinco séculos, tendo sido recuperado e
transcrito no século XX, em Lérida, no arquivo da paróquia de Santa Maria em
Verdú. O texto entusiasmou os descobridores, pois destacava a importância dos fatores
psicológico-morais na cura das enfermidades, princípios esquecidos nos séculos
posteriores de positivismo e materialismo. D’Agramont, por exemplo, insistia na importância do bom ânimo do paciente para
derrotar a doença, bem como o auxílio religioso — que hoje foi até banido dos
grandes hospitais, em detrimento das pessoas doentes.
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