Sexta, 23 Outubro 2015
Ontem ficámos a saber a decisão do
Presidente da Republica. Suficientemente ponderada.
Cumpriu-se a regra democrática que
sempre imperou no nosso país, sendo indigitado para formar governo o líder do
partido mais votado, na caso o líder da coligação. Quem ganha deve ser chamado
a governar. É assim que a democracia deve funcionar.
No que se refere ao futuro governo, Passos Coelho terá dez dias para
apresentar o seu programa de governo à Assembleia da Republica, e ouvir o
veredicto do parlamento.
Tempo que será seguramente repleto de
episódios.
Acabou, para já, o tempo da estabilidade
governativa, pelo menos conforme a concebemos.
O novo governo, que não estará suportado
por uma maioria, e não tendo sido possível um acordo de incidência parlamentar
que permita governar com o necessário “apoio” da Assembleia da Republica, muito
dificilmente conseguirá ver o seu programa aprovado.
Vamos ter a estabilidade possível, não
aquela que resultou do último acto eleitoral, mas sim aquela que resulta dos
acertos partidários.
Sabemos que a estabilidade é um valor
importante, mas um governo que não crie confiança não trará atratividade
económica, adiando investimentos e reduzindo a criação de emprego.
Vamos caminhar para soluções a prazo,
como se de um contrato de trabalho a termo certo se tratasse. Vamos ver quantas
renovações vai ter, se é que vai ter alguma.
E não nos esqueçamos, porque às vezes
creio que muitos o esquecem, que temos acordos europeus e que estamos obrigados
a cumpri-los.
Os nossos parceiros europeus já foram
dizendo: resolvam lá os vossos problemas, mas cumpram com o que estabeleceram
connosco, pelo que remetam-nos lá o vosso orçamento para 2016.
É que estar no espaço europeu não é
apenas para exigir, é também para cumprir obrigações e cumpri-las nos tempos
acordados.
E o espaço de Portugal é na Europa.
Disso ninguém tenha a menor dúvida.
Esperemos que não venhamos a ter um
governo apostado em desfazer aquilo que o actual governo fez. Porque é essa a
perceção com que ficamos. E cá estamos para ver em que sentido o país será
governado, porque a duração do próximo governo já a sabemos, será a prazo.
Até para a semana
Rui Mendes
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