Quarta, 11 Março 2015
Não era minha a
intenção de voltar a falar no assunto que tem ocupado os “média” e os
comentadores, nestes últimos dias. Refiro-me, assim, a polémica que envolve a
carreira contributiva do actual chefe de governo. Mas face a tudo o que se tem
dito e escrito, não posso deixar de ficar indiferente.
Com efeito, não consigo encontrar
honestidade intelectual na esmagadora maioria daqueles que de forma mais ou
menos explícita encontraram uma janela de oportunidades para desferirem ataques
ao primeiro-ministro por não ter cumprido com as suas obrigações para com a
segurança social, sobretudo, quando recorrem aos argumentos da incapacidade e
da incompetência para o exercício do cargo que desempenha há quatro anos. O
certo é que a realidade dos factos desmente esta ignóbil estratégia. A
confiança no país foi reganhada e a soberania financeira fora readquirida.
Na verdade, a maioria
dos opositores da actual governação e que se arrogam de grandes republicanos e
não menos democratas, durante o período em que o partido socialista foi
governo, estiveram mudos e calados. Andaram, porventura, distraídos e
entretidos com as suas vidas. Nos últimos 20 anos o partido socialista teve
responsabilidades governativas, em 75% desse período.
Ora, para aqueles que
não se lembram ou não se querem lembrar, o partido socialista governou entre
1995 a 2002, e, entre 2005 a 2011. São, portanto, quase quinze anos de
governação. Consenquentemente, o terceiro resgate financeiro ocorrido em 2011,
foi muito da responsabilidade do governo socialista. Penso, aliás, que sejam
poucos os que acreditam em coisa diversa.
Na verdade, não existe
mérito algum, e, muito menos é de elogiar a conduta de um qualquer cidadão que
não pague as suas contribuições à segurança social. Contudo, não podemos nem
devemos deixar que nos iludam com proclamações de moral e ética com intuito de
ludibriar o que está em causa. Estou certo que o futuro do país estará em causa
se for retomado o pensamento que nos levou à quase bancarrota, há quatro anos
atrás.
Assim, a discussão
política dever-se-á centrar nos últimos quatro anos sob a liderança da atual
maioria: se foram ou não criadas as condições necessárias e suficientes para
que as famílias e as empresas portuguesas, possam percecionar que o futuro será
mais justo e mais prospero. O resto, é só ruído.
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