À Lareira os pais e os avós contavam histórias, ensinavam
lengalengas, cantigas, provérbios …..
Hoje aqui vai a lengalenga da Formiga e a Neve
A formiga vai à serra
E seu pé na neve prende.
- Ó neve! Tu és tão forte
Que meu pé em ti se prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que a luz do Sol me derrete
Ó Sol! Tu és tão forte
Que derretes a neve,
A neve, meu pé prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que qualquer nuvem me tapa.
- Ó nuvem! Tu és tão forte
Que tapas a luz do Sol,
O Sol, que derrete a neve,
A neve, que meu pé prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que qualquer vento me espalha.
- Ó vento! Tu és tão forte
Que espalhas a negra nuvem,
A nuvem, que tapa o Sol,
O Sol, que derrete a neve,
A neve, que meu pé prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que qualquer muro me veda
- Ó muro! Tu és tão forte
Que vedas o rijo vento,
O vento, que espalha a nuvem,
A nuvem, que tapa o Sol,
O Sol que derrete a neve,
A neve que, meu pé prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que qualquer rato me fura.
- Ó rato! Tu és tão forte
Que furas o grosso muro,
O muro, que veda o vento,
O vento, que espalha a nuvem,
A nuvem, que tapa o Sol,
O Sol, que derrete a neve,
A neve, que meu pé prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que qualquer gato me come.
- Ó gato! Tu és tão forte
Que comes o esperto rato,
O rato que fura o muro,
O muro, que veda o vento,
O vento, que espalha a nuvem,
A nuvem, que tapa o Sol,
O Sol, que derrete a neve,
A neve, que meu pé prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que qualquer cãozinho me mata.
- Ó cãozinho! Tu és tão forte
Que matas o bravo gato,
O gato que come o rato,
O rato que fura o muro,
O muro, que veda o vento,
O vento, que espalha a nuvem,
A nuvem, que tapa o Sol,
O Sol, que derrete a neve,
A neve, que meu pé prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que qualquer pauzinho me bate.
- Ó pauzinho! És tão forte
Que bates no cão valente
O cão que mata o gato,
O gato, que come o rato,
O rato, que fura o muro,
O muro, que veda o vento,
O vento, que espalha a nuvem,
A nuvem, que tapa o Sol,
O Sol, que derrete a neve,
A neve, que meu pé prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que qualquer lume me queima.
- Ó lume! És tão forte
Que queimas o duro pau,
O pau, que bate no cão,
O cão que mata o gato,
O gato, que come o rato,
O rato, que fura o muro,
O muro, que veda o vento,
O vento, que espalha a nuvem,
A nuvem, que tapa o Sol,
O Sol, que derrete a neve,
A neve, que meu pé prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que qualquer água me apaga.
- Ó água! És tão forte
Que apagas o vivo lume
O lume que queima o pau,
O pau, que bate no cão,
O cão que mata o gato,
O gato, que come o rato,
O rato, que fura o muro,
O muro, que veda o vento,
O vento, que espalha a nuvem,
A nuvem, que tapa o Sol,
O Sol, que derrete a neve,
A neve, que meu pé prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que qualquer cabra me bebe.
- Ó cabra! És tão forte
Que bebes a fria água,
A água que apaga o lume
O lume que queima o pau,
O pau, que bate no cão,
O cão que mata o gato,
O gato, que come o rato,
O rato, que fura o muro,
O muro, que veda o vento,
O vento, que espalha a nuvem,
A nuvem, que tapa o Sol,
O Sol, que derrete a neve,
A neve, que meu pé prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que qualquer faca me mata.
- Ó faca! És tão forte
Que matas a ligeira cabra,
A cabra que bebe a água,
A água que apaga o lume
O lume que queima o pau,
O pau, que bate no cão,
O cão que mata o gato,
O gato, que come o rato,
O rato, que fura o muro,
O muro, que veda o vento,
O vento, que espalha a nuvem,
A nuvem, que tapa o Sol,
O Sol, que derrete a neve,
A neve, que meu pé prende.
- Eu, formiga, sou tão forte
Que num ai perdi o corte.
Desde o alto até ao fundo,
Nada é forte neste Mundo.
Fotos: Maria Antonieta Matos
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