quarta-feira, 16 de março de 2011

POETAS DO MEU CONCELHO - DE NOVO O HELDER SALGADO

Pensamentos e realidades III

Recordando os moinhos

E vai correndo, correndo
Fazendo girar as mós
O trigo vai farinhando
Fazendo pão para nós

Os moleiros no seu moinho
Fazem girar as peneiras
Felizardo e o Rainho
O último foi o Poeiras

O cantar do galo

Canto o galo e galinha
A Natureza em louvores
Já não canta a alma minha
Por ti, não morro d’amores

Que morto, para ti, já estou
Sem alma para cantar
A quem já me desprezou
Não voltarei a amar

Penitência, pelas aves que matei.

O Pisco pisca piscando
Com o papo alaranjado
E por tanto ter amado
Há muito que já não canta

Agora da sua garganta
Apenas se ouve piar
Pelos espessos matagais
Entre soluços e ais
Vai soltando a sua dor
Ao vento, ao frio, ao calor
Ele chora a perguntar
Notícias do seu amor
Para voltar a cantar.

Gratidão

O verso para ser verso
Tem que ter algum sentido
Não sou poeta perverso
Não faço rima de ouvido

A quem escreve chamam escritor
E poeta a quem versou
Serei sempre um devedor
Á Terra que me criou.

Hélder Salgado
20-02-2010

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei! Parabéns.



Não dá para disfarçar
o que o coração sente;
tem que saber Versejar
um Poeta nunca mente!