A SOMBRA
A sombra que nos persegue
Ao tentar passar à frente
Não vê, não quer, não percebe
Que é fantasma de gente.
Se corrermos, corre também
Se pararmos logo imita
Ao escrevermos, faz desdém
Julgando que alguém acredita.
E quando a verdade vem
Não tem ninguém que lha acode
E invertido o desdém
Logo a sombra foge, foge.
A sombra que me faz sombra
Gosto duma sombra assim
E como me diverte a sombra
Por andar atrás de mim.
Não vê a sombra que eu
Sou igual a tanta gente
Só tenho aquilo que é meu
Por ser da sombra diferente.
Hélder Salgado.
25-08-2009.
2 comentários:
A Sombra que Ensombra.
Sou a sombra benfazeja;
Uma presença galharda.
Sou o teu anjo da guarda
Deixa que eu te proteja!
Tu dizes ser a cereja
Que está em cima do bolo…
Se não sabes que é dolo
Reivindicares um lugar
Que não pudeste conquistar,
Fazes figura de tolo.
A tua sombra é modesta,
Simples, despretensiosa.
Nem com versos ou em prosa
Te afronta ou molesta.
Põe de parte o que não presta,
Do resto é só bem dizer.
E por tão bem te conhecer
Da cabeça até aos pés,
Ela vê-te como és
Não como gostavas de ser!
Ao ver rimar assim
deu-me vontade de rir
por não assinar no fim
e a sombra não se assumir.
E lá vai continuando
disfarçando-se muito bem
a sombra representando
a pensar que é alguém.
Li os versos nesta hora
(10H20/28-08-09)
e por uma única vez
sai da sombra para fora
sê lá gente uma só vez.
Se te agrada cumpre a sina
de andar atráz de mim
assina, assina, assina
qu'eu te agradeço no fim.
E a resposta acaba, assim.
Helder Salgado
28-08-2009.
Enviar um comentário