O ofício que a seguir se transcreve (publicado no Diário do Sul do passado Sábado) é da lavra do regedor de uma freguesia da comarca de Lamego, dirigido ao administrador do concelho, fornecendo-lhe elementos estatísticos, e refere-se aos finais do século passado.
Inselentíssimo Sinhor – Incluso arremeto a vossa inselência a inclusa relaxação dos acontecimentos que aconteceram cá na freguesia no ano findo, que acaba de findar em 31 do mez findo, digo que findou.
Almas. Nenhuma. Cá na paróquia ninguém acredita nessas tolices.
Nascidos na freguesia, nenhuma, porque a egreja só está aberta de manhã cedo. Cada qual nasce na sua casa, e apenas o filho da Tereza Canhota é que nasceu no trigal do ferrador, por ela não poder ir mais longe.
Mortos na freguesia, Nenhuma, todos morreram nas suas casas.
A.Moreira
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