Amigo Hélder
É sempre bom saber dos rapazes de há 50 anos. Nos últimos 2 anos tenho acompanhado o que se passa no Alandroal. Vejo nomes e apelidos que me são familiares mas são já os filhos e sobrinhos da malta de 1950/60. Eu saí dali com 13 anos em 1961, andava no 3º, recordo-me da malta estudante da altura e pouco mais. De Terena lembro-me de ti, de 2 irmãos (Galrito?), de uma moça Euridice? de duas Catarinas (Uma Figueira, outra Chilra?) . Bem, se calhar só estou a dizer disparates. Teremos seguramente a oportunidade de nos encontrar para levantar o copo à nossa saúde e recordar.
Amigo Chico Manel
Obrigado por teres feito a ligação dando-me o e-mail do Hélder.
Sobre o fenómeno dos encontros escrevi umas linhas. Não tens qualquer obrigação de lhes dar muita atenção e muito menos de as publicares. Se estiveres de acordo com as ideias que aqui deixo e vires que há interesse em partilha-las és livre para o fazer. É uma reflexão como qualquer outra que se poderia fazer.
Abraço-vos
MS
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Encontrar antigos amigos é uma festa.
Encontra-se a gente, ficamos a olhar, tentamos descobrir sinais mas raramente isso acontece. Olhar para um ser, normalmente barrigudo, quase sempre careca e bolachudo, ou magrizela, seco e de olhos fundos, todos com mais de cinquenta, não é tarefa fácil descobrir quem é. As mulheres mantém mais os traços da juventude, se não engordarem e se a saúde ainda lhes permite um ar jovial.
O que sabemos é que era da nossa escola, no nosso curso, do nosso regimento, se não, não estaria ali naquele grupo que levanta a cabeça quando chega alguém.
A primeira troca de impressões não vai além das malandrices que se fizeram em conjunto, do esperto que nós éramos. Na fase seguinte já se fala da família que era e que é. Depois vem a tristeza da vida, o que se perdeu, também das alegrias, como será o futuro. De parte fica falar sobre o cada vez mais curto caminho para o fim da vida.
Finalmente, há o afastar, que tem de ser breve para não magoar, há sempre a promessa do reencontro, a jura da amizade permanente.
Não há encontro de antigos qualquer-coisa que não seja acompanhado com um repasto. Há quem se requinte com uma missa pelos que já foram, com orquestra para animar, com jogos para divertir. Mas o repasto não pode faltar.
Como é que se engolem os maus bocados da vida, se mastigam os problemas, se arrotam as alegrias, se diz o que se quer, se não houver pão e vinho sobre a mesa? Parece a repetição da Última Ceia e é. Mistura de alegrias passadas, esperança de sucessos futuros. E cada um agora que se desengome. Que volte ao seu mundo, tente descobrir outro, tente sobreviver. Até para o ano!
Manuel Subtil
(Nota do Editor: Que alegria, que bom que é. Sinto-me feliz por contribuir para o reencontro de velhas amizades. Obrigado amigos.
Assim … vale a pena).
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