quarta-feira, 26 de agosto de 2020

CINE CLUBE DOMINGOS MARIA PEÇAS

          Homenagem do Al Tejo a Domingos Maria Peças
                   ( hoje a cargo do Rufino Casablanca)
                            James Dean
Tinha apenas 24 anos e era, na altura, o actor mais admirado e mais influente junto da juventude americana. Estampou-se quando se dirigia para umas corridas de automóveis na cidade de Salinas. Estampou-se num cruzamento contra outro automóvel. Morreu toda a gente: Ele, o mecânico que o acompanhava e o motorista do outro carro. Antes do acidente, porém, já o mito estava em marcha, já os adolescentes americanos o endeusavam. Era uma juventude filha dos que tinham combatido na 2ª Guerra Mundial, e que se rebelava contra os valores conservadores e prosaicos que caracterizavam a sociedade americana dessa época. Aliás, essa situação, está bem presente no segundo filme de Dean, “Fúria de Viver”. Mas já no filme anterior, “A Leste do Paraíso”, se revela o conflito de gerações que acabará por estar presente em todas as fitas que protagonizou.
“A Leste do Paraíso”, “Fúria de Viver” e “O Gigante” – foram os seus três únicos filmes. E é sobre eles que aqui escreveremos.            

             “Fúria de Viver” – Um filme de Nicholas Ray
James Dean, o adolescente que semeou o pânico entre os adultos americanos e ao mesmo tempo foi idolatrado pela juventude do mesmo país, tinha aparecido uns meses antes, com um grande desempenho em “A Leste do Paraíso”. Era dono de um grande carisma que de imediato levou os mais jovens a aderir àquele novo tipo de representação.
E era, sobretudo, um grande actor
Tinha estudado, tal como Marlon Brando ou Paul Newman (e Marilyn Monroe, já agora), numa escola de representação de Nova Iorque em que se aplicava um novo método de ensino sobre a arte de estar em cena. Tinha sido dirigido no filme “A Leste do Paraíso”, por Elia Kazan, que era, aliás, um dos fundadores e professor nessa mesma escola de ensino de arte de representar, a Actor’s Studio Scool, que tinha vindo revolucionar o ensino dessa matéria nos meios artísticos americanos.
Ademais esse filme era baseado num livro de John Steinbeck que tinha sido um êxito de vendas e que também colaborou no argumento. Pois apesar de todos estes extraordinários contributos, temos o atrevimento de pensar que foi a magnífica interpretação de James Dean que deu a “A Leste do Paraíso” o grande sucesso que teve.
E que preparou o público para o que viria a seguir.
E a seguir veio “Fúria de Viver”.
Já que referimos os filmes “A Leste do Paraíso” e “Fúria de Viver”, também aqui deixamos o título de um outro filme: “O Gigante”. E pronto está completa a filmografia de James Dean. É que ele só entrou nestes três filmes. A seguir, ainda o “O Gigante” não tinha sido estreado, James Dean entrou num automóvel, estampou-se, e morreu.
Pois é, aquele miúdo sempre revoltado contra as convenções de vida daquela época, aquele miúdo sempre torturado por problemas existenciais, aquele miúdo que não suportava a vidinha vazia e convencional dos adultos, teve vida curta. Morreu. Morreu, e isso foi meio caminho andado para o transformar num ícone da juventude de todos os tempos.
Título Original: “Rebel”
Título Português: “Fúria de Viver”
Ano de Produção: 1955
Realizador: Nicholas Ray
Elenco: James Dean, Nathalie Wood, Sal Mineo, entre outros
“Fúria de Viver” é, a par de “A Leste do Paraíso”, um dos filmes mais importantes, ou que mais importância exerceram sobre a juventude americana na década em que foram estreados.
A existência farta e sem valores da sociedade americana dos anos cinquenta, dava pouca importância à sua juventude, daí que se tivesse dado este grito de revolta no seio de grande parte das famílias americanas.
Este movimento de rebeldia estendeu-se pela década de sessenta vindo a culminar com a recusa dos jovens em participar na guerra do Vietname e do vendaval que foram os anos sessenta nos EUA..     
Salientem-se duas outras grandes interpretações: Sal Mineo e Nathalie Wood. Ele no papel de um jovem introvertido, sexualmente incompreendido e posto à margem do convívio dos outros jovens, e ela também num papel de rebeldia perante a incompreensão por parte da família.
O realizador, Nicholas Ray, está como sempre esteve durante toda a sua vida profissional: impecável.
5 Estrelas para este filme.
 Rufino Casablanca – Monte do Meio – 1989    

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