JOSÉ POLICARPO
De bestial a besta!
O primeiro foco de covid 19 com dimensão só agora surgiu no
Alentejo. Segundo o noticiado já serão algumas dezenas os infetados em
Reguengos de Monsaraz, temendo-se que seja comunitário e terá tido a sua origem
num lar.
Com efeito, esta
realidade vem ao arrepio do que tem sucedido desde que a pandemia chegara ao
nosso país. O Alentejo, a região, em Portugal continental, foi a que
apresentara menos casos e a razão, pelo menos para um leigo, deverá estar
ligada à baixa densidade populacional existente no Alentejo.
Prenso, com
efeito, que neste particular estarei acompanhado pela maioria das pessoas que
aqui residem. Fica, portanto, a pergunta: Se o Alentejo nunca teve surtos desta
dimensão, o que é que agora de diferente acontecera? A razão oficial está
ligada ao desconfinamento. Maior mobilidade das pessoas implica mais contactos.
Sucede que os contactos podem ocorrer em maior número, mas não significa
proporcionalmente, mais infetados.
Na verdade,
Portugal é dos países europeus que, mais infetados tem tido nas quatro últimas
semanas, por 100 000 habitantes. Ou seja, o desconfinamento não parece
explicar tudo, porquanto os outros países europeus também iniciaram o processo
de desconfinamento e, só com a exceção da Suécia e da Alemanha, todos os
outros, veem o número dos infetados a diminuir.
Dito isto,
exige-se das autoridades competentes, autarquias, organismos desconcentrados do
Estado e da administração central, que comuniquem com os portugueses de forma
clara e sem a ocultação de informação. Só com a implicação e comprometimento de
todos poderemos combater a doença sem matar a economia. Por isso, o tempo
presente não é para calculismo partidários, nem para ambições pessoais. Os
erros cometidos agora, são, no futuro, dívida e, consequentemente, menos
dignidade na vida das pessoas.
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