I.
Acreditamos que a
verdade e as competências adequadas na governação política devem ser (ou deviam
estar) sempre integradas no poder local. Para isso acontecer, parece-nos que é
preciso conhecê-las e dar-lhes uso, mantendo-as em observação permanente e
avisada.
É necessário também ir
reparando nos actores, nos tachos e nas suas derivações, demais desvios e
ajustes directos e, ainda na manipulação e nas falsidades nacionais ou locais.
Perguntamos pois, se
temos por aqui uma governação “simplesmente cavaquista” com alguma cobertura
socialista e um certo desconsolo partidário situado mais à esquerda?
Esta referência a certos “modos cavaquistas”
de agir com evidentes ressonâncias locais, acontece porque a herança que C.
Silva deixou, por exemplo, em matéria de mediania, de generalidades
institucionais, de corruptores e corrupção, se veio a tornar demasiado actuante
na sociedade portuguesa em que vivemos presentemente.
Desde o BPN ao BES até
às vezes em que as diversas autarquias são parte e destino das buscas
judiciais.
Com o passar do tempo,
os cavacos e um certo deslumbramento socialista, vêm-se tornando cada vez mais
iguais a si mesmos: limitados, instalados e somente agarrados à âncora do poder
municipal e aos empregos e mordomias daí correspondentes.
Infere-se assim que
este presidente não terá mundo nem o mundo o tem a ele. Nem sequer vai ser um
qualquer exemplo local com uma visão, de facto, transformadora do Concelho.
Gere-se a rotina dando ares de ir sabendo navegar à superfície. Acenando para o
lado dos acólitos.
Precisamente porque vem
confundindo uma boa governação, bem organizada e planeada com manifestações
encobertas de autoritarismo descoordenado e aprisionado em doses de pretensa
autoridade e menor carisma.
Não tem, nem uma coisa
nem outra. Continua-se sem ter um simples Orçamento Participativo para
abrangência da Comunidade local enquanto o país já vai em quase 1700. Em suma,
esta gestão autarquia ainda não recriou nada de particularmente visível.
E mais do que isso,
passou a rever-se apenas no seu próprio espelho de governação. Basso, de
campanário, e sem nenhum brilho inovador conforme se podia antever na promoção
desta ultima Mostra de Peixe do Rio. Um fracasso que se adivinhava! Uma
undécima mostra que não deixa caminho aberto para augurar uma boa duodécima
Mostra?
Em suma, esta Torre de
(in) governação com carimbo eleitoral conhecido dá para ir pensando
metaforicamente no seguinte: o Rapaz municipal soube subtrair-se, e tirar-se de
Santiago; não podemos contudo tirar Santiago do rapaz.
Em si mesma, não será
uma coisa boa. Nem má. É o que é. Um apêndice do que o Alandroal devia ter. Sem
ensaios repetíveis e cenas próximas de um certo caciquismo. Só num novo
contexto, o Alandroal terá à sua espera um OUTRO FUTURO! Merecido e desejável!
II.
II.
No tocante às águas mais profundas da política
nacional, começam a soltar-se várias evidências que o país e a experiência que
o Partido Socialista tem da governação tornariam dispensáveis. Citemos algumas.
(a)
Quanto
“às fontes e forças de bloqueio” (nacionais ou locais) relativamente, por
exemplo, às principais obras, melhor seria que fossem previamente debatidas e
não, com vai acontecendo fazendo as coisas em cima do joelho; o Alandroal não é
nenhuma excepção; ou são só os outros que não têm pensamento nenhum?
(b) Será sempre dispensável uma qualquer espécie
de nova arrogância e autoconvencimento no exercício do poder seja a que nível
for; o poder não é propriamente uma coisa e não é mais do que uma certa
correlação de forças. Muito instável e mutável; e muitas vezes à mercê de
acontecimentos que não se controlam;
(c)
Não
vale a pena esconder certas insuficiências e outros erros de programação das
Autarquias (vide a sobreposição de datas no caso da Mostra de Peixe do Rio);
uma das virtudes do exercício do poder é exactamente essa: a de reconhecer os erros
nos momentos próprios;
(d)
Não é adequado ter o Partido Socialista (e a
Secção Local) em estado de hibernação do qual só virá a acordar quando se
aproximarem as Autárquicas e, entretanto, se for a ver que quem é,
eventualmente, o candidato deixou de pertencer ao PS há muito tempo;
(e)
Para
não alongarmos demasiado este texto, vamos deixar aqui uma última questão: será
que quando um qualquer Munícipe opina livremente sobre assuntos mais delicados
ou pergunta (por exemplo, sobre gastos excessivos) tem de o fazer debaixo de
algum receio e até de certas suspeições? Qual é a primeira qualidade que,
afinal, queremos na gestão da Câmara?
Fazer estas perguntas não será já alertar a
Autarquia do Alandroal que não pode fugir às perguntas legítimas e às respostas
necessárias?
Quem é que vai ficar bastante irritado por
estar aqui a dizer-se que a Autarquia não deve estar enfeudada a ninguém… nem a
nenhum clã partidário interno?
Devíamos ter meios para superar estas disfunções no PS local? Claro que devíamos tê-los! E à mão de semear. Ou seremos apenas mais uns pequenos Marcelos, aparecendo, finalmente, todos fintados pelo Covid-19 chinês com umas cantadas adaptações alentejanas?
Devíamos ter meios para superar estas disfunções no PS local? Claro que devíamos tê-los! E à mão de semear. Ou seremos apenas mais uns pequenos Marcelos, aparecendo, finalmente, todos fintados pelo Covid-19 chinês com umas cantadas adaptações alentejanas?
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Uma Observação final: a Vereação da CMA,
já repensou e está de acordo com “o massacre desportivo” a que andam a sujeitar
“Os Benjamins”? A pergunta será esta: querem pôr o “Benfica das Águias” a
competir com os “pintos dos Telheiros”?
Saudações Democráticas
António Neves Berbem
(11 de Março de 2020)
2 comentários:
é muita areia para certas camionetas caro Berbem, há na verdade muita gente que não vai entender este seu belo e assertivo comentário e haverá outros que fingem não entender.
E ainda outros que vão ficar caladinhos e com o nó na garganta, pois contra factos não há argumentos.
Paula Maria
Bem feit,o o diagnóstico e o receituário. Oxalá resulte.Abraço. M Subtil
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