JOSÉ POLICARPO
Racismo, não.
Referendo, sim.
Esta semana tinha pensado escrever
apenas sobre a possibilidade da eutanásia deixar de ser crime no regime
jurídico português, a partir da próxima quinta-feira. Porém, o caso “Marega”
esvaziou o tema à semelhança do que fez nalguma comunicação social, não sei se
de referência, ou, não.
Na
verdade, vivemos num período da história da humanidade muito “suigeneris”, no
mínimo. O que hoje é importante, passados horas ou minutos, deixa-o ser. O
problema é que a bitola é determinada pelos órgãos de comunicação social e
estes têm um escrutínio um pouco estranho. Será que existe uma entidade
reguladora de facto?!?
Não
conheço o que sucedeu no estádio do Guimarães na noite de domingo último, para
além do noticiado. Mas, ninguém de bom senso poderá aceitar que, haja comportamentos
racistas, seja em que circunstâncias for.
Dito
isto, uma coisa é certa, e, dando como certo, que os insultos ao jogador
ofendido começaram durante o aquecimento, as autoridades presentes no estádio
tinham que ter tomado uma decisão, pelo menos dissuasora. A Lei prevê esta
situação. Penso, com efeito, que ninguém sairá bem na fotografia, a começar
pelo Governo do país.
Relativamente
à questão da descriminalização da eutanásia, embora tenha dúvidas quanto à
aplicação do regime sem a possibilidade do cometimento de abusos. Sou favorável
que, a vontade individual, possa ser respeitada e atendida, se for atual, livre
e consciente, dentro de balizas muito bem definidas.
Em
todo o caso, acompanho o argumento de que “esta” assembleia da república não está,
na sua maioria, mandatada, politicamente, para legislar sobre a matéria da
eutanásia por não ter levado a sufrágio, nas últimas eleições, a questão. Por
isso, defendo a realização de um referendo acompanhado de uma discussão
objetiva e clarificadora.
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