terça-feira, 14 de janeiro de 2020

QUE TRISTEZA!...

FONTE DAS FREIRAS: AO PONTO A QUE CHEGASTE!.....

Fotos Carlos Galhardas

5 comentários:

Anónimo disse...

Tudo ao abandono e por fazer, nunca o Alandroal teve assim.

Já faz dez anos, que um grupo de utentes da estrada que serve o campo de tiro de Casas Novas de Mares fizeram um abaixo assinado a pedir que fosse arranjado o caminho que conduz a suas casas. Pelo que dizia, um pedido/reclamação já feito em ocasiões anteriores e nunca satisfeito. Pois se era certo que alguns melhoramentos eram periodicamente efetuados no referido caminho, certo era também que com as chuvas de inverno todo o esforço, material e despesa escorriam literalmente pelas valetas abaixo. Uma situação que levava os cidadãos a pedir a única solução que poderia resolver o problema: o alcatroamento da estrada.

Como tive oportunidade de ver, numa ocasião em que por lá passei, trata-se de um caminho de terra batida, que serve meia dúzia de habitações dispersas e alguns proprietários de terrenos locais. Foi portanto sem surpresa que ouvi a presidente da Câmara Municipal da altura que por obra do destino é o actual autarca, explanar sobre as dificuldades em atender tal solicitação, quando por todo o concelho há dezenas de caminhos e estradas a necessitar de arranjo e alcatroamento.

Num sistema que inevitavelmente tem de ajustar as suas possibilidades financeiras ao serviço das maiorias e das necessidades urgentes nascem as injustiças para com as minorias e as necessidades não prioritárias. Assim, um cidadão que viva num local isolado, fora dos núcleos urbanos ou das aldeias, embora pague os seus impostos como os restantes, ficará quase automaticamente condenado a usufruir de menos regalias/direitos que os seus conterrâneos. É uma situação tão comum que por vezes já nem reparamos, mas ela cerca-nos por todos os lados… fora dos centros populacionais não há quase nada, principalmente se nos estendermos pelas enormes freguesias do Concelho do Alandroal.

O caso destes cidadãos fez-me lembrar um outro que o meu pai contava, da sua experiência enquanto vereador da Câmara do Alandroal… Algures pelos anos 70 do século passado, quando a falta de eletricidade era ainda um sério problema no concelho, surgiu a oportunidade de eletrificar uma zona que se dividia em dois montes distintos. Não sendo possível levar a luz elétrica aos dois locais, entendeu a autarquia que o mais correto seria estender os cabos ao monte onde moravam mais pessoas. Uma decisão que levou os moradores do outro monte à revolta. Um deles, amigo do meu pai, esteve até vários anos sem lhe falar…

O acesso às infraestruturas básicas por parte dos cidadãos que habitam fora dos núcleos populacionais principais ou em áreas isoladas, é um desafio para autarquias e demais entidades. Por um lado, sabe-se que o dinheiro é escasso e tem de ser aplicado na resolução de problemas que afetem o maior número de pessoas ou que sejam de maior gravidade. Por outro lado, insiste-se na necessidade premente de dar condições ao interior para combater a desertificação e evitar a fuga completa da população para o litoral do país.

Mas sem estradas alcatroadas, sem redes de água e de saneamento, sem rede móvel, sem sinal de televisão, sem internet, como podem os habitantes permanecer? Há quem diga que esse é o preço para uma vida “de qualidade” no campo… Quem assim fala, certamente só conhece a “qualidade” dessa vida através das revistas que falam nos movimentos dos “novos rurais”, ou de esporádicas visitas ao campo… O idealismo desta vida no campo choca com a realidade que muitas pessoas enfrentam.

O mais certo é que alguns dos cidadãos que se manifestaram nunca venha a dispor de uma estrada alcatroada, malgrado a apregoada política de desenvolvimento do interior. No contexto geral do país e do concelho haverá sempre outras prioridades, o que é inteiramente justo. E ao mesmo tempo completamente injusto.

Curioso que passei à poucos dias na dita estrada para visitar um amigo que por ali vive, e lá estava uma placa de uma qualquer imobiliária a dizer “ vende-se “.

É na verdade este recado para quem couber a carapuça, e tiver a capacidade de o entender.

Bom ano.

Anónimo disse...

COMENTÁRIO A MERECER DESTAQUE, MUITO BEM DITO.

Anónimo disse...

Na verdade nada acontece, é o comboio que não anda, a fortaleza que não avança, a estrada do campo de tiro que nunca mais é arranjada, e por aí fora, é só conversa da treta e fazer seja o que for está quieto.




Paulo Lopes

Anónimo disse...

Tenho que concordar que este executivo fala de mais e faz pouco, com a agravante do pouco que é feito ser só o que o Sr, Presidente entende e quer.
São visíveis benefícios e regalias para alguns eleitos e total desprezo por outros Munícipes.
Não se compreende nem se pode aceitar tais comportamentos de um Presidente, os que assim procedem diz a história que o final não é feliz.
Como diz o ditado, cada um tem aquilo que semeia.





Carla Mourão.

Anónimo disse...

Agora é que vem aí obras com fartura. Isto de se andar sempre a dizer que só um presidente é que deixou obra " o que é verdade " vai ter que acabar.
Pelo andar da carruagem ainda vamos ter umas torres gémeas, o problema é que há uma grande diferença entre o querer,o dizer,e o fazer.
A motivação não é fazer para servir, é fazer para mostrar, porque se assim não fosse muita coisa já podia estar feita.
Aqui está um bom exemplo de como fazer alguma coisa válida sem necessidade de nos endividarmos de novo, o Sr. Presidente que mande arranjar a fonte das freiras, que possivelmente a ele nada lhe diz, mas há ali muita história vivida por muita gente deste Concelho.

VELHO DA PRAÇA