RUI MENDES
Metas em risco
A Fundação Francisco Manuel dos
Santos publicou recentemente a edição de 2019 do Retrato de Portugal na Europa.
Trata-se
de um documento que compara um vasto conjunto de indicadores de Portugal com os
outros países da União Europeia.
Dá-nos
a conhecer, em números, dados a sobre população, rendimento e condições de
vida, educação, saúde, emprego e mercado de trabalho, protecção social,
macroeconomia, ciência e tecnologia, ambiente, energia e território, turismo,
justiça e segurança.
Ao
compararmos os dados da edição de 2019 com anteriores edições (2011, 2014,
2015, 2017 e 2018), ficamos elucidados dos avanços e recuos que Portugal sofre
relativamente aos outros países da UE.
Recordemo-nos
que a União Europeia em 2010, no âmbito da Estratégia Europa 2020, estabeleceu
para os seus Estados membros um conjunto de metas no sentido de promover um
crescimento inteligente, sustentável e inclusivo.
Para
cada país foram estabelecidas metas diferenciadas. Para Portugal foram
estabelecidas 8 metas:
Taxa
de abandono escolar precoce (meta – reduzir para 10%);
Percentagem
de pessoas com o ensino superior (meta – aumentar para 40%);
População
entre os 20 e os 64 anos tem que estar empregada (meta – 75%);
Percentagem
do PIB à investigação e desenvolvimento (meta – 2,7%);
Número
de pessoas em risco de pobreza em relação aos valores de 2008 (meta – reduzir
para 200 mil);
Limitar
a emissão de gases com efeito de estufa (meta – limite máximo de emissões de
gases de estufa de 49,1 milhões);
Maior
consumo de energia vinda de fontes renováveis (meta – 31% da energia consumida
seja proveniente de energias renováveis);
Reduzir
o consumo de combustíveis fósseis (meta – limite máximo de consumo de
combustíveis fósseis de 22,1 milhões de toneladas).
Não
foi por acaso que iniciámos esta crónica com a referência ao Retrato de
Portugal na Europa da FFMS e a seguir nos focámos nas metas estabelecidas para
Portugal para o período 2010/2020. A FFMS tem feito um trabalho notável no
tratamento, apresentação e divulgação de indicadores.
Pela
evolução dos indicadores de Portugal relativos à educação, emprego,
investigação, pobreza e ambiente, é expectável que Portugal não consiga
cumprir, pelo menos, três metas, o que, se assim for, manchará a imagem do país
e não deixará de nos manter em lugares europeus pouco desejáveis.
O
nosso país tem que se focar, e habituar, a cumprir as metas que lhe são
estabelecidas. Só assim o país poderá ambicionar atingir os objectivos com que
aquelas metas foram estabelecidas, para um crescimento inteligente, sustentável
e inclusivo.
Até
para a semana
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