Os Estrímnios (em latim: Oestremni são dados como o primeiro povo
nativo conhecido de Portugal. Oestremni significaria (povo do) extremo ocidente.
Estendiam o seu território da Galiza (Noroeste de Espanha) até ao Algarve. Este
povo de hábitos rudes dormia no chão, alimentava-se de carne de bode e pão
feito a partir de farinha de bolotas e praticava sacrifícios humanos durante os
quais examinavam as vísceras das vítimas para predizer o futuro. Vindos de leste, chegaram os Sefes,
guiados pela sua deusa-serpente, Ofiusa. Estes eram menos numerosos que os
Estrímnios. No entanto, os Estrímnios eram um povo de agricultores pacíficos e
os Sefes, além de bons guerreiros, possuíam uma religião mais desenvolvida e
quase exterminaram os Estrímnios, tendo sobrevivido apenas alguns povoados
dispersos pelo território que antigamente dominavam.
Ofis (ou Sefes):
A passagem dos Sefes como força invasora pelas planícies do
Alentejo encontra-se arqueologicamente documentada, seja pelo desaparecimento
súbito e inexplicável de povoados na Serra de Huelva e nas duas margens do
Guadiana (o povoado de Passo Alto, na margem direita do Chança, é um caso
paradigmático), seja pela alteração do modelo de povoamento no Alentejo
Central, com as populações abandonando as suas quintas na planície, sem
preocupações defensivas, e recuperando ou construindo grandes povoados
fortificados, no cimo dos montes, como se pode comprovar nos povoados da Serra
d’ Ossa. Fundam uma primeira cidade, Dipo, que
sobrevive até à época romana e que muito acreditam estar no subsolo de Évora
Monte. E avançando para oeste e para noroeste fundam sucessivamente Beuipo
(Alcácer do Sal), Olisipo (Lisboa) e Colipo (Leiria), avançando até às margens
do Mondego. A terminação em “-ipo” das povoações que fundaram (os topónimos que
o tempo não devorou), não nos ilude quanto à sua proveniência, pois a
esmagadora maioria dos povoados em “-ipo” encontra-se a sul do Guadalquivir.
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