sexta-feira, 19 de julho de 2019

ARTIGO DE OPINIÃO - Augusto Mesquita

  Ai Montemor, Montemor quem te viu e quem te vê!
Ainda sou do tempo em que a recolha do lixo na então Vila de Montemor-o-Novo era feita por carroças. Os residentes depositavam à porta da casa o usual caixote do lixo, que o funcionário camarário depositava na referida carroça, que depois de cheia, era despejada na estrumeira municipal.
As ruas, eram varridas pelos varredores com basculhos feitos de giestas, que aproveitavam a passagem da carroça da recolha do lixo doméstico, para depositarem na mesma, o lixo recolhido na via pública.
Outros servidores do município encarregavam-se da limpeza das sarjetas. Transportavam um carrinho de mão, que possuía duas aberturas destinadas ao transporte de cântaros de latão cheios de água. Depois de procederem à limpeza, os funcionários atestavam com água os escoadouros, de modo que não se sentisse o mau cheiro.
As ervas, não podiam desfeitear a Vila Notável. Com o auxílio de um gancho, os funcionários retiravam pela raiz as ervas existentes na via pública.
No período das laranjas, os citrinos existentes no Jardim do Mercado e em frente ao Hospital de Santo André, eram apanhados pelos funcionários da autarquia, e oferecidos ao Abrigo dos Velhos Trabalhadores, ao Asilo de Infância Desvalida e ao Lar dos Pequeninos.
Hoje (5.7.19), passei em frente do antigo Hospital de Santo André e fiquei decepcionado, e revoltado com o que vi: por não terem sido colhidos na altura exacta, os citrinos existentes nas laranjeiras caíram para a via pública, e foram esmagados pelos veículos que por lá circularam. O vergonhoso resultado, é aquele que a foto mostra.
Face ao relatado, como é possível continuarem a ocorrer semelhantes situações? Pois estamos a falar de uma Câmara que tem um exército de funcionários. Mas, a burocracia da autarquia montemorense não está montada para servir os cidadãos, é uma máquina que se auto-alimenta, que gera mais empregos, mais papéis, mais serviços inúteis, com excesso de chefes e défice de trabalhadores.
Já que estou com a mão na massa, alerto para o estado do Largo General Humberto Delgado, replecto de ervas, e de outras ruas na mesma situação, para o mau cheiro das sarjetas e para a teimosia de continuarem com a recolha do lixo em pleno dia, que no Verão, obriga o comércio a fechar as portas quando da passagem do carro, para o odor não entrar nos seus estabelecimentos. É um caso de saúde pública. Não é altura de substituírem os velhos contentores por moloks de superfície?
 Não me lembro de ver a cidade tão suja, tão desleixada.
 Mas, também a parte administrativa deixa muito a desejar. Em 25 de Agosto de 2016, solicitei uma simples informação sobre toponímia local. Depois de duas novas tentativas falhadas, quase três anos depois, continuo a aguardar a resposta...

Augusto Mesquita
Julho/2019


           

           
           

           
           
           
           




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