quarta-feira, 3 de julho de 2019

APLAUSOS A MIGUEL CARVALHO E À VISÃO

Com o nome de “ARQUIVO MORTO” e publicado na Revista Visão, Miguel Carvalho. brinda-nos amiúde com artigos de excepção que nos revelam episódios passados, muitos deles totalmente desconhecidos do grande publico.  
     
porque gostamos de partilhar com todos, assuntos que consideramos, podem acrescentar algo à nossa história passada, PERMITIMO-NOS, UMAS vezes citando o Autor, outras acrescentando algo da nossa lavra dar-lhe a conhecer parte ou partes do conteúdo desses mesmos artigos.
Honra a Miguel Carvalho e à Visão
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        DA I REPÚBLICA AO GOVERNO PS: CEM ANOS A GERINGONÇAR  POR AÍ
“geringonça” quer dizer inter amicos non est geringonça (entre amigos não há cerimónia) – mas não pensem que só nesta legislatura a mesma se tornou famosa. 12 de dezembro de 1919, António Granjo, eleito do Partido Republicano Evolucionista e maçon, teorizou sobre a carestia de vida, os esquemas dos açambarcadores e aquilo a que ele chamava “bolchevismo branco”. Segundo argumentava, era preciso emendar e corrigir estes vícios, caso o novo regime não quisesse ter à perna o “bolchevismo vermelho”. Manifestando discordância com as medidas ministeriais para resolver tais problemas, o deputado rejeitava as medidas da “geringonça política e judicial” em curso. 15 de abril de 1920, o deputado fez o diagnóstico da situação desastrada a que o regime tinha chegado. “Temos tido, desde 5 de Outubro de 1910, até hoje, trinta e sete ministros das Finanças. Feitas as contas, vem a ser 5/10 de ministro cada mês! Três ministros e meio por ano! Façam favor de me dizer se dentro duma sociedade que se propõe remodelar e organizar pode haver sequência administrativa e financeira com 3/10 de ministro por mês”, interpelava, entre risos nas bancadas. Para ele, “a triste desgraça” da “geringonça política da nossa terra” Em 1980, por duas ocasiões e em pleno consulado da Aliança Democrática (AD), Almeida Santos, atirou-se à “geringonça diplomática” que, “distante no tempo, no espaço, e por vezes no afeto de tudo quanto é democracia e Abril”, não estava, na sua douta sapiência, “preparada para garantir um recenseamento [eleitoral] fidedigno”. Quatro dias depois, voltaria à carga, tal a “gravidade” do tema: “,sabemos que a nossa 'geringonça' diplomática não está preparada, nem de corpo, nem de espírito, nem de experiência, para poder, daqui até ao fim de Junho (…) fazer um recenseamento digno A 14 de março de 1985, a socialista Conceição Quintas citou D. Henrique Manuel de Vilhena, Conde de Seia, a propósito dos que, noutros tempos, se contentavam com a “geringonça, não sei de que leis pagãs”,  desse nome”.  Em 1988, Carlos Lélis (PSD), regressava às origens latinas da palavra para denunciar quem, entre os deputados, que se entretinha a aproveitar “qualquer expressão de divisionismo” ao invés de trabalhar para o consenso. Socorreu-se então da gíria aprendida nos tempos de Coimbra e proclamou: inter amicos non est geringonça.
“O incorrigível e manhoso Vilhena” era assim que a polícia política apelidava José Vilhena.
Mas se durante o regime fascista se viu privado por várias vezes da sua liberdade e lhe foram proibidos 28 títulos de obras da sua autoria, também pós revolução não deixou de criar embaraços à chamada Comissão “Ad-Hoc” para a Imprensa, Rádio , Televisão, Cinema e Teatro com a publicação da “Gaiola Aberta”. Assim foi a mesma suspensa por um mês, por se considerar que a mesma estava  “mais interessada, ao que parece, em realçar os aspetos negativos de uma sociedade que desejamos sanada de todas as perversões”. Em causa estaria uma “fotografia”, retirada de uma revista internacional, “obtida por artifício de montagem laboratorial, na qual se mostra um Chefe de Estado estrangeiro, muito respeitado pelo povo português, deve frisar-se, de maneira que não pode deixar de se considerar extremamente ofensiva para a sua dignidade”. O caso foi então o primeiro de muitos a ser encaminhado para a Procuradoria-Geral da República por causa dos escritos e ilustrações de Vilhena, várias vezes levado a tribunal, inclusive pela princesa Carolina do Mónaco.
A 20 de fevereiro de 1975, a dita Comissão Ad-Hoc multou novamente a publicação “por causa dos textos e gravuras insertas no nº14 de 1 de março de 1975”, onde surgem “várias estampas e escritos que agridem a consciência dos católicos portugueses – e não só – e dão uma imagem repugnante de diversos Pontífices, factos que estão em manifesta contradição com o espírito de tolerância e respeito pelas convicções de todos e cada um que inspira o Programa do Movimento das Forças Armadas, com a consequente perturbação da opinião pública”. Assina o coronel Amândio Conceição Ferreira, que suspende a publicação por mais 30 dias. Em causa, desta vez, estava um artigo, por capítulos, intitulado “Os Papas – Virtudes e Pulhices dos Santos Padres”, no qual, entre outros, são caricaturados Eugénio IV, “cagando para os sínodos e concílios” e Sisto IV, “o primeiro Papa que explora, em moldes modernos, uma casa de meninas”. E se fosse hoje? Com Vilhena vivo e os escândalos de pedofilia na Igreja Católica na berra, a “Gaiola” ainda estaria “Aberta”?
VAMOS BRINCAR AOS NAZIS PEQUENINOS? DA MONTRA DO CHIADO AO HITLER BEBÉ
Recentemente alertava-nos Europol da existência de grupos da extrema direita em Portugal. Ora segundo as cronicas que vimos resumindo da autoria de Miguel Carvalho, no ano de 1976 uma loja de brinquedos existente no Chiado, vendia sem qualquer pudor caixas de brinquedos miniaturas de figuras nazis onde além do “boneco de Adolfo Hitler, as crianças tinham à disposição um conjunto de oficiais das SS, maneirinhos, para se entreterem e simularem um Holocausto de trazer por casa”. Tal deu azo a que, cito:  “os escaparates e as estantes das livrarias encheram-se, entretanto, de reedições de Mein Kampf, biografias do chanceler germânico do Reich e volumes sérios ou menos esforçados sobre os universos recônditos e sinistros da sua mente.  Incluindo citações de Adolf Hitler. 
Ora, citando o velho ditado “ quem semeia ventos, colhe tempestades”, não admira, que, A escalada, associada a movimentos identitários e neofascistas, incluirá “conferências, ações de propaganda, celebrações de datas simbólicas, eventos musicais e sessões de treino de artes marciais Os escaparates e as estantes das livrarias encheram-se, entretanto, de reedições de Mein Kampf, biografias do chanceler germânico do Reich e volumes sérios ou menos esforçados sobre os universos recônditos e sinistros da sua mente. 

1 comentário:

Anónimo disse...



OBS.

Vale concerteza a pena lembrar, aqui e agora, que os Holocaustos não começaram apenas com Hitler dado que foi afinal mais uma decisão colectiva do "Grupo de poder SS da Alemanha" levada ao extremo para a liquidação em massa de judeus ( e não só ) enquanto inimigo que justificava a existência de um Vencedor.Na Russia aconteceu o mesmo... Em Portugal, os judeus também começaram a ser "incendiados" desde os tempos da Inquisição.

Os Holocaustos,continuaram no pós guerra,e continuam a verificar-se com outros nomes, e com outros fins. Vidé os bombardeamentos de Refugiados em campos de detenção/concentraçao. Por exemplo,na Líbia.Isto para ficar por aqui.

Saudações Democráticas


ANB