segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

CRONICAS DE CINEMA


Homenagem do Al Tejo a Domingos Maria Peças

                   ( hoje a cargo do Rufino Casablanca)

                                                               “Patton”
Filme da 20th Century Fox
Fazer um filme sobre o general Patton é, logo à partida, um sinal de coragem.
Pois bem, o realizador Franklin J. Schaffner teve essa coragem. E também Francis Ford Coppola e Edmund H. North tiveram a coragem de escrever o argumento. Por parte da 20th Century Fox também houve alguma coragem para soltar as massas necessárias para produzir a fita. O filme pretende ser um “biopic” da vida deste general americano, muito controverso, muito rebelde em relação à linha de comando e com métodos muito estranhos e polémicos de dirigir os seus homens em situações de combate.
O filme é de 1970 e marca o regresso da 20th Century Fox à cerimónia dos óscares, pois este filme ganhou nada mais nada menos que sete estatuetas no ano de 1970.
Título Original: “Patton”
Título Português: “Patton”
Música: Jerry Goldmith
Fotografia: Fred J. Koenekamp
Argumento: Francis Ford Coppola e Edmund H. Norton
Produção: Frank McCarthyr
Realização: Franklin J. Schffner
Idioma: Inglês
Elenco: George C. Scott, Karl Malden, Frank Latimore, Carey Loftin,Stephen Young, Morgan Paull…
O enredo do filme está focado na participação do general durante a 2ª Guerra Mundial e nos sucessivos comandos e batalhas em que participou. Também foca a rivalidade que o opunha a diversos outros generais, seus companheiros de armas, e aos dissabores e problemas a que isso o conduziu. Mas a sua grande e definitiva derrota pessoal, que estoica, vertical e assumidamente declarou, foi o facto de não ter entrado em Berlim antes dos Soviéticos.
A sua luta, confessadamente, nos últimos tempos, já não era contra o nazismo.
 Chegado à Alemanha, ele pretendia começar a empurrar os Soviéticos de novo para territórios russos.
E esse foi um dos motivos que levou os principais responsáveis políticos e militares aliados a retirar-lhe todos os comandos no terreno. Afinal, nessa guerra, os Soviéticos eram também aliados dos ocidentais e foram, de todos os países beligerantes, os que mais baixas sofreram
Um dos inconvenientes que encontramos deste filme é a sua duração: tem quase três horas. Em determinados momentos chega a ser fastidioso pelo excesso de pormenores.
Patton, para além de militar competente, com indiscutíveis qualidades de comando, era também um homem muito vaidoso, tendo uma personalidade com um carregado acento megalómano, não olhando a meios para atingir os fins que se propunha.
No fundo – e isto não vem no filme, ou pelo menos não vem de forma suficientemente clara – é apenas o autor destas linhas a dar opinião – Patton, era apenas e só um ignorante social, e um  general reacionário com vocação de falcão de asa curta.
George C. Scott, que no meio do vasto número de estatuetas que o filme levou para casa, ganhou o Óscar para melhor actor principal, negou-se a receber o prémio porque, segundo ele, não exercia a profissão em competição com os colegas.
Bonito! – mais de vinte anos depois, nós, aplaudimos o gesto.
Bom filme, e embora a opinião deste escriba, em relação ao retratado seja negativa, continuamos a achar que ver esta fita não é tempo perdido.
Aqui chegados, chamamos a atenção para o facto de lhe terem sido retirados ( ao general) vários comandos, umas vezes porque se exaltava e batia nos soldados sob as suas ordens, outras vezes porque não tinha tento na língua e ofendia em palavras a actos os seus superiores hierárquicos e subordinados. Outras vezes ainda porque protegeu altos representantes políticos do derrotado partido nazi quando comandou tropas americanas que ocupavam a Alemanha depois da guerra
Acabou por morrer na sequência de um inglório acidente de viação quando, ao que parece, todos os que seguiam na viatura estavam alcoolizados, com excepção dele próprio. Era abstémio.
Foi enterrado num cemitério do Luxemburgo.
A sua vida já deu azo a vários filmes e séries de televisão, mas nunca nada tão completo como o filme a que nos estamos referindo.    
 Rufino Casablanca – Terena – Monte do Meio – 12 de Maio de 1994

1 comentário:

artemiso peças disse...

Uma vez mais a minha gratidão ao Blog AL-TEJO pela excelente cronica de dicada ao cinema ambulante dos anos 1960 exibidos na bonita VILA DO ALANDROAL na SOCIEDADE E NO CASTELO pelo meu querido Pai e vosso amigo DOMINGOS MARIA PEÇAS DE MONFORTE.
Bem hajam.
Artemiso Peças