JOSÉ POLICARPO
O
REGABOFE NA CAIXA
As
últimas duas crónicas por mim publicadas, como, lembrar-se-ão certamente, os
ouvintes mais assíduos e atentos, trataram de assuntos ligados ao nosso
concelho como foram os casos da ferrovia e do Hospital central de Évora. A
crónica de hoje versará sobre um tema que diretamente diz respeito a todos: O
regabofe vivido na instituição financeira propriedade de todas e todos os
portugueses.
Na verdade, o vivido na Caixa
Geral de depósitos segundo o relatório vindo a público está balizado no tempo.
Foram cinco anos, entre 2005 e 2010. Não vou partidarizar a questão, mas não me
esqueço quem era ao tempo o primeiro-ministro de nosso país e os seus “amigos”,
quer da politica, quer fora da politica.
Por honestidade intelectual para
com os nossos ouvintes e leitores devo informar que não li o relatório portanto
irei comentar, unicamente, o noticiado. Um homem médio significa que não é
pouco nem muito inteligente, nem pouco, nem muito informado. As notícias que
vieram a público sobre a gestão da caixa geral de depósitos, são mínimo
aterradoras, porque alguém médio com o mínimo de pudor e seriedade, achará que
seria impossível.
Com efeito, aquilo que se sabe é
que, uma parte significativa das dívidas tituladas pela Caixa Geral de
Depósitos, são incobráveis, porque os créditos concedidos não contemplaram
garantias suficientes para cobrirem os empréstimos concedidos. Nalguns casos
nem garantias foram exigidas aos devedores. Aparentemente, ninguém se apercebeu
do risco.
A caixa Geral de depósitos teve
de ser recapitalizada com cerca de 5 mil milhões de euros de dinheiro público.
Dinheiro esse, que, não sabemos se ou quando será devolvido, ao seu credor, que
é o Estado português em nosso nome.
Ora, não me cabe a mim fazer um
juízo de censura jurídica a esta realidade, se houve ou não houve crime e quem os
terá perpetrado. Mas como cidadão tenho o dever de perguntar: Como foi possível
esta situação suceder, sem que as autoridades com a incumbência e a competência
de fiscalizarem, não a detetaram?
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