Porque tem um “mote” fora do vulgar e porque lhes achei
muita graça, aqui as transcrevo:
“Mote”
Com um copinho na mão
Com um copinho na mão
Com um copinho na mão
Com um copinho na mão
Sei que chorando nasci
Talvez com um choro aflito
Já pensando em ti ó tinto
Ó tinto pensando em ti
À medida que cresci
Cresceu mais esta paixão
Minha mãe me disse então
Um dia em tom dolorido
Só te falta teres nascido
Com um copinho na mão
Chegou a hora afinal
Tive que aprender a ler
A contar e a escrever
E a ter aulas de moral
Fiz como era habitual
A primeira comunhão
Mas eu disse ao sacristão
Eu queria era comungar
Como o Padre no altar
Com um copinho na mão
Fui o ofício aprender
Mais uns anos se passaram
Com mestres que me ensinaram
O ofício e a beber
Tive que exames fazer
Beber por um garrafão
Fizeram-me a avaliação
Deram-me trinta valores
E uma fotografia a cores
Com um copinho na mão
Os tempos foram passando
Já vou mijando p´rás botas
Conto as minhas anedotas
E os meus passeios vou dando
Às vezes acordo pensando
Na minha última excursão
Já pedi a Deus perdão
Por ter nascido chorando
E que me deixasse morrer cantando
Com um copinho na mão
Joaquim Banha
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