…e eu sei lá o que me motiva e leva a fazer
estes registo? penso que serão as escritas logo seguidas dos registos gráficos
inerentes ou não, ou ambas ?pois eu não sei, nem me façam perguntas assim,
difíceis. sei é que registo em páginas e depois pomposamente, como se tivesse
acertado na lotaria – eu que nem jogo – escrevo: do meu bloco…faço-o desde
sempre. sem escola, na escola e depois (?) da escola. vou registando sem
disciplina, critério ou pretensão maior que não seja a do meu deleite, do gozo
que me dá fechar uma página e logo abrir outra, fechar um bloco, guardá-lo com
uma religiosidade particular e logo riscar um outro. ouvi e li, que um diário
gráfico poderia ser considerado um objecto artístico pois permite analisar o
processo criativo do autor à nascença, da sua criatividade e inovação. por
outro lado, tal objecto estimula e desperta sensibilidades terceiras chegando a
criar uma empatia quase desmedida na sua visualização. na realidade os registos
escritos / gráficos permitem o perdurar das memórias e experiências
vividas. retêm um tempo que se foi. as técnicas utilizadas são as mais simples,
as mais básicas: uma caneta, um lápis, uma aguada de café, uma aguada de tinta
da caneta…o que se tiver ali à mão. curiosamente ou não nunca incitei os meus
alunos a realizarem qualquer coisa deste género, mas dei-lhes para as mãos os
meus e deixei-os ler e comentar o que viam. sempre achei conveniente não
exagerar nas expectativas ou resultados a conseguir a partir deste exercício,
nem tão pouco criar ansiedades castradoras da criatividade de outros. se tiver
que acontecer o seu ‘ do meu bloco’ a coisa será escorreita, de fluxo
libertário mas sobretudo e essencialmente de imenso deleite.
no registo manual asseguro as maiúsculas, no
registo mecânico fico-me como que intimidado pelas minúsculas, que querem? são
coisas do meu bloco!
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