segunda-feira, 9 de julho de 2018

DO MEU BLOCO – PROFESSOR VITOR ROSA


…e eu sei lá o que me motiva e leva a fazer estes registo? penso que serão as escritas logo seguidas dos registos gráficos inerentes ou não, ou ambas ?pois eu não sei, nem me façam perguntas assim, difíceis. sei é que registo em páginas e depois pomposamente, como se tivesse acertado na lotaria – eu que nem jogo – escrevo: do meu blocofaço-o desde sempre. sem escola, na escola e depois (?) da escola. vou registando sem disciplina, critério ou pretensão maior que não seja a do meu deleite, do gozo que me dá fechar uma página e logo abrir outra, fechar um bloco, guardá-lo com uma religiosidade particular e logo riscar um outro. ouvi e li, que um diário gráfico poderia ser considerado um objecto artístico pois permite analisar o processo criativo do autor à nascença, da sua criatividade e inovação. por outro lado, tal objecto estimula e desperta sensibilidades terceiras chegando a criar uma empatia quase desmedida na sua visualização. na realidade os registos escritos / gráficos permitem o perdurar das memórias  e experiências vividas. retêm um tempo que se foi. as técnicas utilizadas são as mais simples, as mais básicas: uma caneta, um lápis, uma aguada de café, uma aguada de tinta da caneta…o que se tiver ali à mão. curiosamente ou não nunca incitei os meus alunos a realizarem qualquer coisa deste género, mas dei-lhes para as mãos os meus e deixei-os ler e comentar o que viam. sempre achei conveniente não exagerar nas expectativas ou resultados a conseguir a partir deste exercício, nem tão pouco criar ansiedades castradoras da criatividade de outros. se tiver que acontecer o seu ‘ do meu bloco’ a coisa será escorreita, de fluxo libertário mas sobretudo e essencialmente de imenso deleite.
no registo manual asseguro as maiúsculas, no registo mecânico fico-me como que intimidado pelas minúsculas, que querem? são coisas do meu bloco!



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