Porque recordar é viver aqui vos deixo um primeiro ensaio, da autoria do Rufino Casablanca, prometendo para próximas emissões novos textos de casais que ficaram na história do CINEMA.
Chico Manuel
Casais do
cinema: Dino di Laurentis e Silvana Mangano
Título Original:
“Mambo”
Título Português:
“Mambo”
Idioma: Italiano
Produção: Dino di
Laurentis e Carlo Ponti
Argumento: Guido
Piovene, Ennio de Concini, Robert Rossen….
Música: Bernard
Noriega e David Gilbert
Realização: Robert
Rossen
Intérpretes: Silvana
Mangano, Michael Rennie, Victorio Gassman, Shelley Winters….
Dino di Laurentis e
Carlo Ponti produziram este filme, em 1954, para a Paramount Pictures
Corporation. É, portanto, uma produção Ítalo/Americana que tem como principal
atracção a actriz Silvana Mangano, então no auge da sua beleza. Na verdade
Silvana chega ao cinema através da beleza, muito antes de revelar, com o correr
dos anos, um enorme talento.
Mas já que aqui
falamos da beleza desta mulher, como curiosidade importa referir que, em 1947,
concorreu ao título de Miss Itália.
Ficou em 4.º lugar.
Em primeiro lugar
ficou Lúcia Bosé; a segunda foi Gianna Maria Canalli; a terceira foi a Gina
Lolobrigida; e finalmente lá aparece a nossa Silvana Mangano. Todas elas viriam
a ocupar lugares de relevo no cinema italiano nas décadas de cinquenta,
sessenta e setenta.
Um naipe de mulheres
muito bonitas, convenhamos.
Lúcia Bosé, depois de
fazer carreira no cinema italiano, acabou por casar com o matador de toiros
espanhol Luís Miguel Dominguín e é mãe do cantor Miguel Bosé. (o realizador
espanhol Pedro Almodovar fê-lo estrela de muito mérito em vários dos seus
filmes). A última vez que a vi – à Lúcia, bem entendido, foi no filme “Crónica
de uma Morte Anunciada”, baseado no romance de Gabriel Garcia Marquez,
representando o papel de uma matriarca com mais de setenta anos. Bela e grande
actriz até ao fim – Gianna Maria Canalli, grande dama do cinema italiano,
também trabalhou até ao fim, sempre dirigida por grandes realizadores. Quanto à
Gina Lolobrigida, para quê mais conversa? Todos sabemos da sua arte.
(Compomos o papel na
máquina para escrever sobre o casal Silvana Mangano/ Dino di Laurentis, e
depois perdemo-nos em conversas paralelas. Escrever sobre cinema sempre foi
como tirar cerejas de um cesto).
Vamos lá então ao
“Mambo”:
O enredo é do mais
banal que alguma vez se viu em cinema:
“Joana, uma rapariga
pobre de Veneza volta à cidade natal como grande bailarina. Adorada pelo grande
público, tem um enorme êxito. Ninguém a reconhece, excepto dois homens. Dois
homens que ela amara e por eles fora amada. Um, pobre e oportunista, e outro,
rico e também oportunista. A partir desta situação desenvolve-se uma acção que
no final a leva a voltar aos palcos de novo só.”
O que salva o filme é
a interpretação de Silvana Mangano e Victorio Gasman, o pretendente pobre.
Apesar deste êxito,
os grandes filmes de Silvana viriam depois: “Arroz Amargo”, “Ana”, etc…etc…
Contudo, as suas
melhores interpretações – em nossa opinião – são as seguintes: “Morte em
Veneza”, de Luchino Visconti – “Duna”, de David Lynch – “Olhos Negros”, de
Nikita Mikhalkov.
Morreu em Madrid em
1989, quando já estava separada do marido.
Dino di Laurentis
Italiano, nasceu em
1919. Foi casado com a Silvana de 48 a 88. Morreu em Hollywood em 2010.
A única actividade
que exerceu no cinema foi a de produtor.
Lista de alguns dos
filmes que produziu:
“Mambo” – aqui acima
mencionado
“Serpico”
“Os Três Dias de
Condor”
“Flash Gordon”
“Duna”
“Uma Noite
Alucinante”
No início da década
de oitenta mudou a sua residência para os Estados Unidos da América, terminando
assim a parceria que durante muitos anos teve com Carlo Ponti.
Rufino Casablanca
Terena – Monte do
Meio
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