JOSÉ POLICARPO
O ORÇAMENTO DA PRODIGALIDADE
Entres escândalos e desgraças a
coligação de esquerda e da extrema-esquerda portuguesa fez aprovar o orçamento
de Estado para 2018. As notícias sobre a seca, a legionella, Barcelona e da
violência à porta de uma discoteca, relegaram o dito instrumento das contas do
Estado para uma notícia de roda pé. Porventura, digo eu, os beneficiários do
costume não estejam desapontados com os privilégios aí inscritos.
Nada me move contra as
reivindicações individuais. Todos sem exceção, queremos o melhor para nós e para
aqueles que nos são mais próximos. Porém, nem sempre o que é melhor para nós, é
em simultâneo, o mais proveitoso para a comunidade em geral. Só a título de
exemplo, nunca é de mais relembrar: aquilo que nos levou à crise que culminou
com a entrada daTroika no nosso país em 2011, teve como causa direta
e necessária o excesso de endividamento. O que país produzia não era suficiente
para amortizar a elevadíssima dívida, nem pagar os respetivos juros, aquilo que
os especialistas designam por serviço da dívida.
Ora, o país do ano de 2017 tem
índices económicos, absolutamente, dispares daqueles que eram reportados em
2011. Hoje temos a economia a crescer acima dos 2% ao ano, o desemprego abaixo
dos 10% e os juros da dívida pública abaixo dos 4% nas diferentes maturidades.
Por isso, seria muito mais
avisado e prudente que o atual orçamento canalizasse mais despesa para o
pagamento da dívida pública em vez de prever mais despesa fixa. A decisão
política de criarmos mais despesa fixa, terá consequências negativas para
futuro, a médio e longo prazo nas vidas das famílias e das empresas. Esta
“receita” levou-nos a três bancarrotas, e não há meio de aprendermos a lição.
Chapa ganha, chapa gasta. Só que depois os problemas não serão dos outros,
serão nossos e só nossos!
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