quarta-feira, 29 de março de 2017

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA DIANA/FM

                                    A QUADRATURA DO CIRCO
A líder do bloco de esquerda um dia após a evocação da celebração dos sessenta anos sobre o Tratado de Roma, veio dizer que o país devia preparar-se para a saída do euro. Vivemos num regime que consagra na sua fundação a liberdade de expressão, por isso, somo livres de dizer o que nos apetece. Mas também devemos ser responsabilizados pelo que dizemos, sobretudo, quando aquilo que afirmamos é uma incoerência.
Com efeito, não consigo entender, nem perceber a posição do bloco de esquerda no que toca às matérias que dizem respeito à união europeia. Às segundas, quartas e sextas, são a favor dos direitos consagrados nos tratados que regulam as relações entre os países que integram a União Europeia. Nos restantes dias são contra os deveres. São, portanto, a favor dos fundos de coesão que nos são atribuídos e são contra as regras comunitárias que impõem a disciplina orçamental.
Na verdade, esta posição é reveladora de grande incoerência e de oportunismo politico por parte das forças partidárias que apoiam o governo. O PCP também não está isento de culpas nesta forma de fazer política. O pior é que estes partidos defendem a saída do euro e no limite da união europeia, todavia, não explicam aos portugueses quais são as consequências desta decisão no rendimento das famílias e das empresas. No mínimo, segundo alguns estudos, a previsão andaria na ordem dos cinquenta por cento de perda de rendimento. E, sobre isto, quedam-se muito caladinhos, porque a ignorância sempre deu alguns votos no nosso país.
Ora, de duas, uma: ou estes partidos nos estão a falar de forma séria, e, a questão é grave para a generalidades das famílias e das empresas portuguesas. Ou, o populismo vai tão longe, que, recorrem as estas matérias, só para apanhar uns votos dos mais distraídos.
Mas uma coisa é absolutamente incontornável: como é que um governo que se diz pró Europa e euro, consegue governar com o apoio parlamentar destas forças radicais de esquerda? Se isto não é um circo, é, seguramente, puro oportunismo político.



José Policarpo

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