quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O QUE SE ESCREVE SOBRE O ALANDROAL

                Instabilidade política e crise financeira têm marcado o                                                                 Alandroal

Por SÉRGIO MAJOR
Alandroal, um dos concelhos mais pobres e despovoados do Alentejo, tem sido marcado nos últimos anos por instabilidade política municipal e pela grave crise financeira da câmara, com uma dívida de 20 milhões de euros. Nos últimos 15 anos, a Câmara de Alandroal, no distrito de Évora, teve três presidentes: além da atual autarca Mariana Chilra (CDU), os principais “rostos” da oposição João Nabais e João Grilo também já passaram pela presidência. O PCP, através das coligações FEPU, APU e CDU, liderou os destinos do município entre 1976 e 2001, ano em que a então presidente da câmara,  Margarida Godinho, que cumpria o primeiro mandato, não se recandidatou por divergências com o partido. Nas autárquicas de 2001, após a desistência de Margarida Godinho, a CDU apostou em Mariana Chilra, mas foi o PS a ganhar a câmara, com João Nabais a conseguir a maioria absoluta. Nabais cumpriu dois mandatos, mas, em 2009, desentendeu-se com o então vice-presidente do município, João Grilo, desvinculando-se ambos do PS e concorrendo separadamente por movimentos independentes. Nas eleições autárquicas desse ano, Grilo conseguiu conquistar a câmara, mas, quatro anos depois, em 2013, a sua recandidatura foi inviabilizada pelo Tribunal Constitucional, devido a alegadas irregularidades no processo de recolha de assinaturas.  A comunista Mariana Chilra, que já tinha tentado a eleição em 2001, venceu com maioria absoluta, após a desistência de João Grilo por causa da decisão do tribunal, na sequência de uma queixa de João Nabais.  Esta “é uma situação artificial”, adverte o antigo presidente da câmara João Grilo, alegando que o seu movimento foi afastado das eleições por “pormenores burocráticos”, quando “as expectativas” apontavam para a sua continuidade no poder.  Para o antigo autarca, o seu afastamento “acabou por prejudicar muito o futuro do concelho”, porque foi interrompido “um ciclo de renovação e um conjunto de estratégias e de projetos que foi abandonado pela atual gestão” comunista.  “Se juntarmos ao que aconteceu nas últimas eleições outros aspetos do passado, talvez consigamos perceber porque é que o Alandroal acaba por ir perdendo todas as oportunidades que tem para se desenvolver”, observa.  Contudo, defende que “nem toda a estabilidade política é boa”, considerando que o Alandroal “teve quase 30 anos de estabilidade CDU e a única coisa que fez foi afastar o concelho dos seus vizinhos em termos de desenvolvimento”.  A atual presidente do município, Mariana Chilra, tem uma opinião diferente, uma vez que considera que a estagnação do concelho resulta de “duas gestões desequilibradas” de Nabais e Grilo, que “fizeram com que seja uma das câmaras mais endividadas do país”. “Creio que estamos a inverter um ciclo dos 12 anos de gestões anteriores. Desde o início deste mandato, conseguimos inverter a tendência do aumento da dívida e estamos a reduzi-la em mais de um milhão de euros por ano”, destaca.  Mariana Chilra reconhece que existiu instabilidade política “sobretudo nos últimos mandatos”, que atribui a processos internos no PS, mas entende que a situação está ultrapassada e que a gestão CDU garante “estabilidade política”. “Estamos num processo de recuperação e reequilíbrio e a aguardar o visto do Tribunal de Contas para um empréstimo do Fundo de Apoio Municipal (FAM) no valor de 16,5 milhões de euros”, indica, adiantando que a dívida ronda os 20 milhões de euros. João Nabais, também antigo presidente da câmara, considera, por seu turno, que a mudança de gestão municipal nas duas mais recentes eleições “é o resultado da democracia a funcionar” e que, no caso do mandato de João Grilo, “houve um fracasso do projeto”. “A população, sentindo-se desiludida, não lhe deu continuidade”, afirma o atual vereador da oposição, insistindo que “a alternância democrática, de forma alguma prejudica o desenvolvimento e o bem-estar de uma população”. Nabais assinala, no entanto, que o resultado das autárquicas de 2009 “não teve a ver com alternância democrática”, mas sim “com o surgimento de um projeto unicamente pessoal”, referindo-se ao movimento independente criado por João Grilo. Esse projeto teve como “único objetivo a vingança pessoal” e de o “abater politicamente”, refere o autarca, considerando que este “foi o aspeto mais negativo que aconteceu nos últimos anos no concelho de Alandroal”. No atual mandato, Mariana Chilra dispõe de maioria absoluta e lidera um executivo composto por três eleitos pela CDU, um do movimento Defesa da Integridade Territorial e Desenvolvimento de Alandroal (DITA), de João Nabais, e outro do PS.

5 comentários:

Anónimo disse...



OBS.


Como cidadão- contribuinte, reparem bem no que tem vindo a acontecer

lendo atentamente este texto jornalístico directo, demonstrativo,

equidistante e exemplar.

Atentem no que (se) tem vindo a dar à Vila e no que poderá tornar a

acontecer quando as disputas e as personagens pessoais, se vêm sobrepondo

ao desenvolvimento local (ou à falta dele) .O resultado, terá de ser e

vai ser mais do mesmo? Por quantos mais mandatos? É esta a mesma

repetição, face à situação local que novamente se está a perfilar como

desejável? Ou como um novo futuro?



Saudações Democraticas


ANB

Anónimo disse...

O que se espera, que eu e muita gente espera, é que a atual presidente ganhe novamente as autárquicas e continue a governar pagando as dívidas monstruosas que outros fizeram.

A bem do concelho!

Anónimo disse...

O problema é que eu por exemplo não sei já em quem votar, em quem acreditar perdi a esperança nas pessoas, perdi a fé , fiquei sem vontade de viver aqui.

sinto uma enorme tristeza da mente tão pequenina de todos os políticos e de quem os rodeia ainda mais.

Anónimo disse...

Ponha de lado a mente pequenina, e vá à luta!

Anónimo disse...

Ponha de lado a mente pequenina, e vá à luta!


QUEM TÊM QUE IR À LUTA É QUEM SE CANDIDATA PARA GOVERNAR OS DESTINOS DO CONCELHO, ESSES É QUE TEM QUE LUTAR PORQUE E NÃO TER MENTE PEQUENINA, AINDA POR CIMA SÃO BEM PAGOS PARA O FAZER FORA AS BENESSES PARA A REFORMA E MUITAS OUTRAS REGALIAS, E SÓ VÃO PARA LÁ PORQUE QUEREM, NINGUÉM OS OBRIGA.
O PROBLEMA É QUE O ORDENADO AO FIM DO MÊS É CERTO, PARA ISSO O MUNICÍPIO TÊM SEMPRE DINHEIRO, NÃO À CRISE.
A ESTES SENHORES E SENHORAS É QUE TEMOS TODOS NÓS QUE PEDIR EXPLICAÇÕES PELO QUE FAZEM, COMO FAZEM, E PELO QUE NÃO FAZEM.
TENTAR MANIPULAR E INVERTER AS COISAS É PERCA DE TEMPO, AS PESSOAS JÁ DERAM PARA ESSE PEDITÓRIO. QUEM DESEMPENHA QUADROS PÚBLICOS TÊM QUE SER COMPETENTES E RESPONSÁVEIS PELO QUE FAZEM, FORAM MUITOS ANOS DE QUERO POSSO E MANDO E TOTAL IMPUNIDADES, ESTÁ ESSE ESTADO DE GRAÇA A ACABAR POR TODO O PAÍS ONDE ATÉ MINISTROS ESTÃO A SER CHAMADOS À PERNA, E NO ALANDROAL NÃO PODE NEM DEVE SER DIFERENTE. BASTA DE FALSAS PROMESSAS DE FALSAS MUDANÇAS E DE TANTA INCOMPETÊNCIA E IRRESPONSABILIDADE.

BOM CARNAVAL, QUE PELO ALANDROAL É HÁ JÁ ALGUNS BONS ANOS TODO O ANO.

CARLOS TAVARES