Instabilidade política e crise financeira têm marcado o Alandroal
Por SÉRGIO
MAJOR
Alandroal,
um dos concelhos mais pobres e despovoados do Alentejo, tem sido marcado nos
últimos anos por instabilidade política municipal e pela grave crise financeira
da câmara, com uma dívida de 20 milhões de euros. Nos últimos 15 anos, a Câmara
de Alandroal, no distrito de Évora, teve três presidentes: além da atual
autarca Mariana Chilra (CDU), os principais “rostos” da oposição João Nabais e
João Grilo também já passaram pela presidência. O PCP, através das coligações
FEPU, APU e CDU, liderou os destinos do município entre 1976 e 2001, ano em que
a então presidente da câmara, Margarida Godinho, que cumpria o primeiro
mandato, não se recandidatou por divergências com o partido. Nas autárquicas de
2001, após a desistência de Margarida Godinho, a CDU apostou em Mariana Chilra,
mas foi o PS a ganhar a câmara, com João Nabais a conseguir a maioria absoluta.
Nabais cumpriu dois mandatos, mas, em 2009, desentendeu-se com o então
vice-presidente do município, João Grilo, desvinculando-se ambos do PS e
concorrendo separadamente por movimentos independentes. Nas eleições autárquicas
desse ano, Grilo conseguiu conquistar a câmara, mas, quatro anos depois, em
2013, a sua recandidatura foi inviabilizada pelo Tribunal Constitucional,
devido a alegadas irregularidades no processo de recolha de assinaturas. A
comunista Mariana Chilra, que já tinha tentado a eleição em 2001, venceu com
maioria absoluta, após a desistência de João Grilo por causa da decisão do
tribunal, na sequência de uma queixa de João Nabais. Esta “é uma situação
artificial”, adverte o antigo presidente da câmara João Grilo, alegando que o
seu movimento foi afastado das eleições por “pormenores burocráticos”, quando
“as expectativas” apontavam para a sua continuidade no poder. Para o antigo
autarca, o seu afastamento “acabou por prejudicar muito o futuro do concelho”,
porque foi interrompido “um ciclo de renovação e um conjunto de estratégias e
de projetos que foi abandonado pela atual gestão” comunista. “Se juntarmos ao
que aconteceu nas últimas eleições outros aspetos do passado, talvez consigamos
perceber porque é que o Alandroal acaba por ir perdendo todas as oportunidades
que tem para se desenvolver”, observa. Contudo, defende que “nem toda a
estabilidade política é boa”, considerando que o Alandroal “teve quase 30 anos
de estabilidade CDU e a única coisa que fez foi afastar o concelho dos seus
vizinhos em termos de desenvolvimento”. A atual presidente do município,
Mariana Chilra, tem uma opinião diferente, uma vez que considera que a
estagnação do concelho resulta de “duas gestões desequilibradas” de Nabais e
Grilo, que “fizeram com que seja uma das câmaras mais endividadas do país”. “Creio
que estamos a inverter um ciclo dos 12 anos de gestões anteriores. Desde o
início deste mandato, conseguimos inverter a tendência do aumento da dívida e
estamos a reduzi-la em mais de um milhão de euros por ano”, destaca. Mariana
Chilra reconhece que existiu instabilidade política “sobretudo nos últimos
mandatos”, que atribui a processos internos no PS, mas entende que a situação
está ultrapassada e que a gestão CDU garante “estabilidade política”. “Estamos
num processo de recuperação e reequilíbrio e a aguardar o visto do Tribunal de
Contas para um empréstimo do Fundo de Apoio Municipal (FAM) no valor de 16,5
milhões de euros”, indica, adiantando que a dívida ronda os 20 milhões de
euros. João Nabais, também antigo presidente da câmara, considera, por seu
turno, que a mudança de gestão municipal nas duas mais recentes eleições “é o
resultado da democracia a funcionar” e que, no caso do mandato de João Grilo,
“houve um fracasso do projeto”. “A população, sentindo-se desiludida, não lhe
deu continuidade”, afirma o atual vereador da oposição, insistindo que “a
alternância democrática, de forma alguma prejudica o desenvolvimento e o
bem-estar de uma população”. Nabais assinala, no entanto, que o resultado das
autárquicas de 2009 “não teve a ver
com alternância democrática”, mas sim “com o surgimento de um projeto
unicamente pessoal”, referindo-se ao movimento independente criado por João
Grilo. Esse projeto teve como “único objetivo a vingança pessoal” e
de o “abater politicamente”, refere o autarca, considerando que este “foi o
aspeto mais negativo que aconteceu nos últimos anos no concelho
de Alandroal”. No atual mandato, Mariana Chilra dispõe de maioria absoluta
e lidera um executivo composto por três eleitos pela CDU, um do movimento
Defesa da Integridade Territorial e Desenvolvimento de Alandroal (DITA), de
João Nabais, e outro do PS.
5 comentários:
OBS.
Como cidadão- contribuinte, reparem bem no que tem vindo a acontecer
lendo atentamente este texto jornalístico directo, demonstrativo,
equidistante e exemplar.
Atentem no que (se) tem vindo a dar à Vila e no que poderá tornar a
acontecer quando as disputas e as personagens pessoais, se vêm sobrepondo
ao desenvolvimento local (ou à falta dele) .O resultado, terá de ser e
vai ser mais do mesmo? Por quantos mais mandatos? É esta a mesma
repetição, face à situação local que novamente se está a perfilar como
desejável? Ou como um novo futuro?
Saudações Democraticas
ANB
O que se espera, que eu e muita gente espera, é que a atual presidente ganhe novamente as autárquicas e continue a governar pagando as dívidas monstruosas que outros fizeram.
A bem do concelho!
O problema é que eu por exemplo não sei já em quem votar, em quem acreditar perdi a esperança nas pessoas, perdi a fé , fiquei sem vontade de viver aqui.
sinto uma enorme tristeza da mente tão pequenina de todos os políticos e de quem os rodeia ainda mais.
Ponha de lado a mente pequenina, e vá à luta!
Ponha de lado a mente pequenina, e vá à luta!
QUEM TÊM QUE IR À LUTA É QUEM SE CANDIDATA PARA GOVERNAR OS DESTINOS DO CONCELHO, ESSES É QUE TEM QUE LUTAR PORQUE E NÃO TER MENTE PEQUENINA, AINDA POR CIMA SÃO BEM PAGOS PARA O FAZER FORA AS BENESSES PARA A REFORMA E MUITAS OUTRAS REGALIAS, E SÓ VÃO PARA LÁ PORQUE QUEREM, NINGUÉM OS OBRIGA.
O PROBLEMA É QUE O ORDENADO AO FIM DO MÊS É CERTO, PARA ISSO O MUNICÍPIO TÊM SEMPRE DINHEIRO, NÃO À CRISE.
A ESTES SENHORES E SENHORAS É QUE TEMOS TODOS NÓS QUE PEDIR EXPLICAÇÕES PELO QUE FAZEM, COMO FAZEM, E PELO QUE NÃO FAZEM.
TENTAR MANIPULAR E INVERTER AS COISAS É PERCA DE TEMPO, AS PESSOAS JÁ DERAM PARA ESSE PEDITÓRIO. QUEM DESEMPENHA QUADROS PÚBLICOS TÊM QUE SER COMPETENTES E RESPONSÁVEIS PELO QUE FAZEM, FORAM MUITOS ANOS DE QUERO POSSO E MANDO E TOTAL IMPUNIDADES, ESTÁ ESSE ESTADO DE GRAÇA A ACABAR POR TODO O PAÍS ONDE ATÉ MINISTROS ESTÃO A SER CHAMADOS À PERNA, E NO ALANDROAL NÃO PODE NEM DEVE SER DIFERENTE. BASTA DE FALSAS PROMESSAS DE FALSAS MUDANÇAS E DE TANTA INCOMPETÊNCIA E IRRESPONSABILIDADE.
BOM CARNAVAL, QUE PELO ALANDROAL É HÁ JÁ ALGUNS BONS ANOS TODO O ANO.
CARLOS TAVARES
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