quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

CINEMA - ESCOLHAS Dr Egas Branco 2016

Continuação do dia anterior


SNOWDEN, de Oliver Stone, com Joseph Gordon Levitt e Shailene Woodley
 "Não só é excelente cinema, o que Oliver Stone fez uma vez mais, mas é também uma obra de grande importância, na denúncia da monstruosidade em que transformaram o seu país, os EUA, e dos perigos que isso representa para a Humanidade. 
Numa sala quase cheia o impacto sobre os espectadores foi grande, assistindo em silêncio preocupado ao desvendar da existência e acção de um sistema tentacular, que se abate sobre todo o mundo, com raras excepções, podendo atingir quase tudo e quase todos, onde quer que estejam. 

E muitos, por falta de conhecimento científico, nem se aperceberão verdadeiramente da gravidade do que está a acontecer. Porque não se trata de ficção, é a realidade."


JULIETA, de Pedro Almodóvar, com Emma Suárez e Adriana Ugarte
 "Longe vão os tempos do estilo frenético, que a crítica mais burguesa adorava, sob o qual se escondia já um grande realizador.
O tempo vem dar-nos razão e é num estilo depurado que este grande cineasta nos oferece agora uma nova belíssima obra, comovente e brilhantemente interpretada, em que são os corações, através dos sentimentos, que batem por vezes descompassadamente
Almodóvar continua, a cada novo filme, a afirmar-se como um dos grandes autores do Cinema Contemporâneo."




CAFÉ SOCIETY, de Woody Allen, com Seve Carell e Kristen Stewart
 Mais uma pequena jóia que Woody Allen, o realizador, escritor e músico de jazz, nos oferece. Para ver quase sempre com um sorriso. 
Talvez os diálogos sejam, como sempre neste autor, algo complexos e rápidos, às vezes difíceis de acompanhar para quem tem que ler as legendas, e exijam algum conhecimento por parte de quem os ouve, neste caso até cinéfilo, mas, pela sua inteligência, dão-nos sempre muito prazer.
Gostei da piada sobre o judaísmo e o cristianismo! Só não soltei uma gargalhada porque parecia mal... Boa!

I, DANIEL BLAKE (Eu, Daniel Blake), de Ken Loach, com Dave Johns e Hayley Squires
  Retrato doloroso do Reino Unido Século XXI (United Kingdom), mas que é também o duma Europa capitalista, situação que está a abrir caminho de novo, como nos anos 30 e 40 do século passado, a um populismo, racista e xenófobo, que em geral conduz ao fascismo como forma última que o capital tem de tentar controlar e esmagar as massas trabalhadoras.
LES BEAUX JOURS DE ARANJUEZ (Os Belos Dias de Aranjuez), de Wim Wenders, com Sophie Semin, Reda Kateb, Jenz Harzer e Peter Handke
"Não se pode esperar que esta recentíssima obra de Wim Wenders, estreada no Festival de Cinema de Veneza deste ano, venha a ter grande sucesso junto do público ou da crítica dominante. 
 No entanto trata-se de um filme belíssimo para quem aprecie a chamada Sétima Arte. 
É que Wim Wenders pegou num texto quase abstracto, escrito para o teatro pelo dramaturgo alemão Peter Handke, seu velho conhecido. E o resultado é puro fascínio, com os dois principais personagens, uma mulher e um homem, Sophie Semin e Reda Kateb, conversando perante nós enquanto a câmara se movimenta suavemente." 

Egas Branco

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