SNOWDEN, de
Oliver Stone, com Joseph Gordon Levitt e Shailene Woodley
"Não só é excelente cinema, o que Oliver Stone
fez uma vez mais, mas é também uma obra de grande importância, na denúncia da
monstruosidade em que transformaram o seu país, os EUA, e dos perigos que isso
representa para a Humanidade.
Numa sala quase cheia o impacto sobre os espectadores
foi grande, assistindo em silêncio preocupado ao desvendar da existência e
acção de um sistema tentacular, que se abate sobre todo o mundo, com raras
excepções, podendo atingir quase tudo e quase todos, onde quer que estejam.
E muitos, por falta de conhecimento científico, nem se
aperceberão verdadeiramente da gravidade do que está a acontecer. Porque não se
trata de ficção, é a realidade."
JULIETA, de Pedro Almodóvar, com Emma Suárez e Adriana
Ugarte
"Longe vão os tempos do estilo frenético, que a
crítica mais burguesa adorava, sob o qual se escondia já um grande realizador.
O tempo vem dar-nos razão e é num estilo depurado que este grande cineasta nos
oferece agora uma nova belíssima obra, comovente e brilhantemente interpretada,
em que são os corações, através dos sentimentos, que batem por vezes
descompassadamente
Almodóvar continua, a cada novo filme, a afirmar-se como um dos grandes autores do Cinema Contemporâneo."
Almodóvar continua, a cada novo filme, a afirmar-se como um dos grandes autores do Cinema Contemporâneo."
CAFÉ SOCIETY, de
Woody Allen, com Seve Carell e Kristen Stewart
Mais uma pequena jóia que Woody Allen, o realizador,
escritor e músico de jazz, nos oferece. Para ver quase sempre com um
sorriso.
Talvez os diálogos sejam, como sempre neste autor,
algo complexos e rápidos, às vezes difíceis de acompanhar para quem tem que ler
as legendas, e exijam algum conhecimento por parte de quem os ouve, neste caso
até cinéfilo, mas, pela sua inteligência, dão-nos sempre muito prazer.
Gostei da piada sobre o judaísmo e o cristianismo! Só
não soltei uma gargalhada porque parecia mal... Boa!
I, DANIEL BLAKE
(Eu, Daniel Blake), de Ken Loach, com Dave Johns e Hayley Squires
Retrato doloroso do Reino Unido Século
XXI (United Kingdom), mas que é também o duma Europa capitalista, situação que
está a abrir caminho de novo, como nos anos 30 e 40 do século passado, a um
populismo, racista e xenófobo, que em geral conduz ao fascismo como forma
última que o capital tem de tentar controlar e esmagar as massas trabalhadoras.
LES BEAUX JOURS DE ARANJUEZ (Os Belos
Dias de Aranjuez), de Wim Wenders, com Sophie Semin, Reda Kateb, Jenz Harzer e
Peter Handke
"Não se pode esperar que esta
recentíssima obra de Wim Wenders, estreada no Festival de Cinema de Veneza
deste ano, venha a ter grande sucesso junto do público ou da crítica
dominante.
No entanto trata-se de um filme
belíssimo para quem aprecie a chamada Sétima Arte.
É que Wim Wenders pegou num texto quase
abstracto, escrito para o teatro pelo dramaturgo alemão Peter Handke, seu velho
conhecido. E o resultado é puro fascínio, com os dois principais personagens,
uma mulher e um homem, Sophie Semin e Reda Kateb, conversando perante nós
enquanto a câmara se movimenta suavemente."
Egas Branco
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