segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE PELA RÁDIO DIANA/FM

                      Ficamos a ver passar os comboios?

Segunda, 14 Novembro 2016
Decorreu este Sábado uma Audição Pública promovida pela Assembleia Municipal de Évora para recolher mais informações acerca da passagem da linha férrea por Évora.
Recorde-se que se discute a passagem por Évora de uma linha inserida na rede transeuropeia de transportes – o corredor Sines-Caia.
Foram convidadas para a sessão, entre outras instituições e personalidades, a IP – Infraestruturas de Portugal e o Ministério do Planeamento e Infraestruturas. Foi uma sessão bastante esclarecedora, tendo ficado claro, ou melhor, ainda mais claro, que o projecto das Infraestruturas de Portugal para a reactivação do troço Évora-Évora Norte é assassino para uma parte do nosso território.
Falamos da reactivação que tem em vista a ligação entre a actual Estação de Comboios e a Estação Évora Norte, e que permitirá que dezenas de longos comboios de mercadorias, provenientes de Sines e com direção a Badajoz, passem em plena área urbana na zona nascente da nossa cidade.
Após a população se ter manifestado contra esta solução, após a Câmara Municipal se ter pronunciado no mesmo sentido, após todos os partidos terem afirmado que esta era uma solução inaceitável pois colocava em causa a segurança e a qualidade de vida de uma parte significativa da população de Évora, após o Ministério ter mandatado a IP a estudar a viabilidade desta solução, não ouvimos por parte deste Instituto Público qualquer outra alternativa que não esta.
Este é um projecto de importância estratégica para o país, mas tem também de ser um projecto com importância para o Alentejo e Évora. É triste não ter ouvido por parte da IP ou do Ministério um compromisso que esta ligação trará vantagens para a nossa região, seja pelo transporte de passageiros de e para a região, seja pelo transporte de mercadorias cá produzidas. A única coisa que ouvimos foi uma intransigência total sobre o projecto, e nada sobre quais serão os benefícios.
O país merece uma estratégia de desenvolvimento que pense em todo o país, e como tal no seu interior. O interior não pode ser visto como apenas o território que está entre o litoral e Espanha, pelo que um projecto desta dimensão tem de conter uma componente clara de valorização do território e dos seus habitantes.
Quanto ao troço Évora-Évora Norte, estou convencido que mais tarde ou mais cedo os responsáveis perceberão que a opção de reactivação do ramal de Estremoz é inviável. Caso não percebam isso, cá estaremos, para impedir tamanha obstinação.
Até para a semana!

Bruno Martins

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