Iniciámos há pouco a última etapa escolar. A menos de um
mês do final do ano lectivo, tornam-se agora mais visíveis as preocupações dos
alunos com o aproximar dos últimos dias. (É todos os anos assim, sem excepção.)
Claro que essas preocupações são legítimas e têm razão de ser, mas a tensão e a
angústia seriam menores se, muitos meses antes, o estatuto de estudante tivesse
sido encarado como uma profissão mais séria e importante. Claro que não se deve
confundir a árvore com a floresta e todos sabemos que há alunos (e pais) que se
preocupam, desde o primeiro momento, com os resultados e com a necessária
aquisição de conhecimentos para que aqueles possam ser os melhores possíveis.
Outros há (e não são assim tão poucos) que começam agora a olhar para o
calendário e que procuram fazer num mês o que não conseguiram em oito. Sorrio
perante este exercício, quantas vezes inglório, mas que seria evitável se esse
esforço tivesse sido distribuído no decorrer do ano lectivo. Contudo, por muito
que os professores e os pais insistam nessa questão, muitos jovens vêem na
escola apenas um pretexto para sair de casa, para passar umas horas a trocar
mensagens, a jogar nos computadores da Biblioteca ou como mero centro de
convívio de quem não tem mais nada para fazer. É pena. Porque Portugal vai
continuar à espera da geração certa. E nós queremos que seja esta. Mas com uma
atitude diferente. Antes que seja tarde.
João Luís Nabo - Professor
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