quarta-feira, 9 de março de 2016

ORELHUDOS DO CARAÇAS - Por A.N.B.


I)                    Estados de Espírito
Como é dado perceber, a quase toda a gente em Portugal, fazer e viver só da política não é uma tarefa que esteja à mão dos ingénuos e bem intencionados que decidam pôr-se ao serviço do bem comum. Há excepções. Embora sejam poucas.
 É assim em Portugal como é por esse mundo fora. Historicamente foi sempre assim. Muito menos deixará de o ser no futuro.
 No nosso caso, o país é pequeno, e a maior parte dos actores políticos sabe perfeitamente que “a água e o mel” não corre duas vezes debaixo da mesma ponte.
De facto, esta e outras circunstâncias, determinam que, em todas as estruturas partidárias, existam os carreiristas políticos. Ou seja, aqueles que não tiveram nem têm profissão fora da política. Ou pouco mais sabem fazer desde a juventude.
Se virem bem, no nosso país, à direita e à esquerda, à escala nacional ou local, há partidos de quadros, partidos de funcionários, partidos classistas e interclassistas. Há de tudo um pouco, não sendo assim tão escasso(s) quanto julgamos.
O resultado só pode ser o de que “a Corrupção” seja ela de ordem ética, moral ou mais objectivamente financeira está a crescer a olhos vistos. Mais até do que a surpreender-nos.
Por isso, não se admirem destes casos como o da ex-ministra Maria Luís Albuquerque. De santinha no meio de tecnocratas aldrabões internacionais nunca teve nada… O problema não é tanto o que vai ganhar ( 5.000 E/ 4 dias/mês ) mas a forma como o vai ganhar e acumular. 
O pior quanto a mim é esta gente não se assumir, viciando e escondendo o jogo. O pior é o modo como se servem em vez de servirem o país e… os presidentes da república andam apressadamente a condecorá-los. 

 ii)         Estado das Coisas
               É por isso que, enquanto cidadão, no caso de Marcelo Rebelo de Sousa, o                      novo  Presidente da Republica, que acaba de tomar posse com a pompa e a                   circunstância (e exibição) do poder possível mas, por ele escolhida, deixamos                 dito neste dia e hora “de intensa Portugalidade”, o seguinte:
  (a)  Numa altura destas ir para Paris festejar a sua entronização presidencial não   serão custos desnecessários?
  (b)  Cá estamos para ver, se para além dos afectos, da sua afectividade (e criatividade) vai defender que os mandatos do P.R. sejam «um só» com a duração de 7 anos como propôs na TVI seguindo, aliás, o modelo francês;
   (c)  Cá estamos para rever se vai definitivamente recentrar o seu magistério de      influência na denúncia gritante dos atrasos na justiça?...
  (d)  Cá estaremos para ver, se no seu primeiro mandato, vai comportar-se decentemente com António Costa. Ou se, num segundo mandato, vai armar uma qualquer cilada politica para tirar o tapete ao governo do Partido Socialista marcando o seu próprio terreno e apoio ao PSD do qual foi fundador?
Veremos como vai ser. Mas convém ter em conta que Marcelo Rebelo de Sousa sabe como se faz política e se constroem factos políticos (re) adaptando Maquiavel. E mais do que isso: terá da política uma visão, diria eu, bastante mais social-liberal do que social- democrata. Ou sequer socialista.  
      
iii)         Estado da terra
              O clima local, se bem que com frio à mistura, é  de  Mostra do Peixe do rio Guadiana e do “Portugal em Festa” com vídeos publicitários à americana como já foi (bem) observado. Se mesmo assim é festa, cá vamos no petisco e na cowboiada do “Baião de Ferro”.
Mas, entretanto, vou contar no Al tejo um pequeno episódio que aconteceu directamente connosco. 
Numa das noites chuvosas deste Natal, eram para aí dez da noite, fui abordado na Praça por dois casais de viajantes. Dois casais de turistas em boa idade e com boas roupas. Por acaso, também reparei na excelente marca dos seus ténis.
Viajando pelo país e depois de elogiarem a tranquilidade, os traços medievais e neoclássicos da nossa Vila aos quais como é óbvio me associei, perguntaram-me se havia algum “Parque para caravanas” no Alandroal dado que tinham estacionado em S. Pedro mas estavam com algum temor de terem parado as caravanas no local errado.  
Respondi-lhes dizendo que não tinham de ter receio pela sua segurança e disse mais: num dos próximos “Orelhudos” editado num blogue chamado Al tejo abordarei essa ideia. Leiam depois!
Assim o disse. Assim estou agora a fazê-lo e a sugerir à Câmara que demarque junto ao Castelo ( ou num sítio mais adequado) «o primeiro espaço e lugar destinado ao  caravanismo no Alandroal». Nesta altura da Mostra ou em Setembro seria bastante útil. Quer como novidade. Quer como feito autárquico.
Importa dizer aos Visitantes que concordei naquela noite pós natalícia que a pequena obra pode avançar, ficando o Alandroal com uma melhor imagem das valências turísticas que tem para lhes oferecer.
Aposto mesmo que, desta vez, a Câmara até vai ler e apressar uma resposta!   
 
  (  Ps:  O Alandroal foi um dos 3 Concelhos do distrito de Évora onde perdeu. Inaugurem a Marcelo/PR um nome de rua. Convidem-no que ele virá).     
               António Neves Berbem
                   ( 9/ Março/ 2016)

Adenda:
OBS.
Se estamos cá para dizer umas coisas também devemos estar para dizer outras.
Neste sentido temos de dizer que depois de lermos na integra, o discurso da tomada de posse do novo Presidente da Republica, o achámos uma peça de oratória politica magnifica apenas ao alcance de uma elevadíssima visão
de portugalidade e do que é sermos portugueses.
A citação de Miguel Torga com que termina o discurso é perfeita e adequa-se inteiramente ao nosso "drama existencial" enquanto Patria antiga e moderna. Soube-nos bem ver citado M. Torga tanto mais que o escritor
veio e andou em caçadas por terras e vilas do nosso Concelho.
Mas,é claro, uma coisa são os discursos outra coisa bem diferente é a substância da vida e das dificuldades politicas que temos de enfrentar.
Resta pois desejar a Marcelo Rebelo de Sousa um mandato à altura do discurso. Uma peça poderosa como há muito não se via.
Antonio Neves Berbem

Ps: Aproveito este comentário que tinha de fazer para dizer que é a minha vez de estar inteiramente de acordo com o Comentário do Senhor J. Major. Como pode sentir-se não é difícil estar-se de acordo quando procuramos remar na mesma direcção. 




4 comentários:

Anónimo disse...


Também acho boa essa ideia do parque para autocaravanas.
Todos os dias do ano aqui passam por Terena vários veículos desses, que por não disporem das condições necessárias para ficar, seguem em frente atravessando o concelho. Economicamente nada se lucra com essas frequentes passagens por cá.
É verdade que representam um custo, as infraestruturas para fixarem as autocaravanas num qualquer terreno disponível.
Porém é um pequeno investimento. Trata-se de água para abastecimento e uma boca de esgoto num pavimento acimentado, onde caiba uma autocaravana de cada vez para se abastecer de água e fazer os despejos. Sei que os autocaravanistas não se importam de pagar o que for justo se lhe oferecerem as condições de que necessitam, até porque nenhum deles gosta de se ver obrigado a desrespeitar a lei,conspurcando o solo com dejetos.
Assim um pouco por alto, recentemente falei neste assunto ao Presidente da Junta. Porém não penso que irá interessar-se muito por isto. A Junta terá outras prioridades… De qualquer modo aqui reforço a ideia.
Jerónimo Major

Anónimo disse...

E assim andamos e o mundo não tomba porque sempre há duas opiniões diferentes, senão vejamos, e, relativamente ao discurso de Marcelo Rebelo de Sousa que o Dr. Berbém diz que foi muito bom, lendo a Visão um artigo de um senhor (que não conheço e não sei se é jornalista ou escritor ou sei lá o quê), Sr. Paulo Chitas, diz que: "o discurso primeiro foi um primeiro flop".
E pronto! Opiniões! Estamos em democracia, valha-nos isso!

Anónimo disse...

Parque para AUTOCARAVANAS
Águas Frias
Rosário
Concelho de Alandroal

Anónimo disse...

"Parque para AUTOCARAVANAS
Águas Frias
Rosário"

Diga se tem as condições descritas no primeiro comentário.