sexta-feira, 11 de março de 2016

A CRONICA DE OPINIÃO QUE ESTÁ A SER TRANSMITIDA HOJE NA DIANA/FM

                                       As medidas pós orçamento

Sexta, 11 Março 2016
Estalou mais uma controvérsia. Não que não fosse esperada.
Não poderia era ter sido divulgada mais cedo para não perturbar o processo de aprovação do OE.
Agora sabemos que estão na calha, e que estavam previamente acordadas com a Comissão Europeia, um conjunto de medidas restritivas que terão que ser aplicadas de forma a satisfazer compromissos com a Comissão Europeia.
Não importará o se e o quando serão aplicadas. Isso são faits divers.
O importante é saber quais são as medidas que estão em linha para serem aplicadas, de forma a saber a quem afectam e com que força nos irão atingir.
E não tem este Governo que governar com o apertado controlo e segundo as regras impostas por um programa de assistência financeira.
A história do virar a página da austeridade é mesmo história.
Neste espaço, já o referi por várias vezes, nenhum governante terá tido agrado em aplicar medidas austeras. Como estou absolutamente certo que os actuais governantes estarão pouco disponíveis em aplicar aquele tipo de medidas.
Contudo, a necessidade da sua aplicação advém dos desequilíbrios que existem e que todos conhecemos. Como sabemos bem a razão porque actualmente nos encontramos nesta situação. E se quisermos escalpelizar também identificamos que Governo nos colocou nesta situação.
Quer queiramos ou não, Portugal possui uma grande dependência dos mercados.
O país necessita de financiamentos, quer para assegurar compromissos, quer para própria gestão da dívida.
Já conhecemos a ira dos mercados. Quando estes mostram desconfiança, os custos dos empréstimos disparam através do aumento dos juros, e a partir daí é o caminhar para o precipício.
É Também por isso que importa que Portugal cumpra com o que se compromete. E ao fazê-lo contribui para o crédito do País e para que os mercados estabilizem a nosso favor.
Quando “provocados” sabemos como os mercados respondem e sobre quem recaem os custos.
Se não estivéssemos financeiramente tão comprometidos poderíamos ter posições mais autónomas. Agora na situação em que estamos teremos que ter uma posição flexível e de equilíbrios, e que tanto quanto possível defenda o desenvolvimento económico e, consequentemente, permita ganhos sociais e o crescimento dos orçamentos das famílias e das empresas.
Acima de tudo o que não podemos é enganarmo-nos a nós próprios.
Até para a semana
Rui Mendes


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