Segunda, 22 Fevereiro 2016
Acabo de assinar uma petição pública para a despenalização e
regulamentação da Morte Assistida. O assunto tem merecido um amplo debate nas
últimas semanas, tendo-se notado uma enorme hipocrisia daqueles que são contra.
Como os argumentos são fracos e desumanos têm-se defendido na ideia da
necessidade de haver um referendo sobre a matéria.
Querem, mais uma vez, referendar um direito, para tentar que ele
seja negado. Curioso, como aqueles que são contra a despenalização da Morte
Assistida, contra a hipótese de poder escolher morrer com dignidade quando já
nada há fazer, sejam os mesmos que são contra que a maioria de nós possa viver
a sua vida com dignidade. Não posso negar a coerência: negar a dignididade na
vida e na morte.
Como podemos negar a morte
assistida após um pedido informado, consciente e reiterado de uma pessoa que
sabe que não tem qualquer esperança de cura? Como podemos negar a antecipação
da morte a doentes em grande sofrimento? Como podemos negar que a afirmação da
liberdade e da dignidade seja a última escolha que muitos querem ter nesta vida?
A Morte Assistida não entra em conflito nem exclui o acesso aos cuidados paliativos, estes continuam a ter a sua importância, mas é por demais evidente que em muitos casos não eliminam o sofrimento nem impedem a degradação e a agonia física e psicológica de tantas e tantas pessoas.
A Morte Assistida não entra em conflito nem exclui o acesso aos cuidados paliativos, estes continuam a ter a sua importância, mas é por demais evidente que em muitos casos não eliminam o sofrimento nem impedem a degradação e a agonia física e psicológica de tantas e tantas pessoas.
Como diz, e bem, o texto da petição: “Um Estado laico deve
libertar a lei de normas alicerçadas em fundamentos confessionais. Em
contrapartida, deve promover direitos que não obrigam ninguém, mas permitem
escolhas pessoais razoáveis. A despenalização da Morte Assistida não a torna
obrigatória para ninguém, apenas a disponibiliza como uma escolha legítima.”
Que a nossa grande convicção e dogma seja a da defesa da dignidade em todos os momentos da nossa história de vida. Não queiramos fazer do último capítulo algo que nos envergonha, mas algo que nos orgulha.
Que a nossa grande convicção e dogma seja a da defesa da dignidade em todos os momentos da nossa história de vida. Não queiramos fazer do último capítulo algo que nos envergonha, mas algo que nos orgulha.
Até para a semana!
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