“Três
Inconseguimentos Autárquicos”
I.
Em traços muito gerais, vamos dizer, no Al tejo, que
perfilhamos e aceitamos a “ideia histórica” de que um país como Portugal se
temperou com um misto de vitórias do caraças (Aljubarrota e Restauração) e
diversos “traumas históricos” que vêm marcando a nossa existência, século após
século, enquanto estado-nação ainda «milagrosamente» existente e
«misteriosamente» vivente.
Tivemos além disso grandes personagens históricas como
tivemos e vamos tendo “actores medíocres politicamente” como é o caso do actual
Presidente da Republica. Um presidente sem nenhum carisma e que é, na linguagem
usada pela Presidenta da Assembleia da Republica, Dra. Assunção Esteves, o caso
flagrante de “Um Inconseguimento político” que se vem arrastando há demasiado
tempo desde os finais do século XX.
Quanto aos traumas históricos, não é difícil verificar
que o principal e mais grave esteve em Alcácer-Quibir onde um jovem rei
Sebastião desbaratou quase tudo o que vinha e ainda sobrava das riquezas e das
elites da nossa época áurea (séculos XV e XVI).
Entretanto outros “Traumas e Inconseguimentos” foram
acontecendo como a perda do Império Brasileiro; o caso do Ultimato e da
humilhação inglesa e, já nos finais do século passado, a perda súbita do
império colonial africano através de “uma descolonização” sem poder de
negociação mas um tanto apressada e descompensada.
II.
Se tais “Traumas e Inconseguimentos” se verificaram, a
nível nacional, ao nível local e autárquico do Alandroal, a Vila e o Concelho
parece também que não tiveram grande sorte. Ou sequer sorte diferente.
Efectivamente, quer-nos parecer que o Alandroal andou
ou ainda anda a ser objecto de vários “Inconseguimentos” bastante visíveis que
podemos listar por:
O Inconseguimento N;
O Inconseguimento G;
O Inconseguimento m/MC;
Feito este brevíssimo levantamento, faltará agora
perceber e identificar a natureza não repetível destes três “Inconseguimentos
locais e Autárquicos” que insistem, perdidamente, em preparar-se para uma nova
corrida às urnas.
Quanto ao Inconseguimento N. se houve ou não
sucessivas burlas nos gastos e nas altíssimas despesas de uma autarquia com
vocação para viagens turísticas, vamos sabendo quem foram directamente os
beneficiados e os prejudicados.
Assim como devemos antecipar e prever que continuará a
haver burlões à espera de uma nova oportunidade. Os Tribunais que decidam mas a
marca negativa e o sentido de justiça esse nunca deve perder-se quando houver
novas promessas na corrida eleitoral.
Em roda livre é um perigo.
Relativamente ao “Inconseguimento G.” tanto tempo
andou a apregoar a mudança que, (re)feitas as contas, o que se verificou no
final do mandato é que, no essencial, pouco ou nada tinha mudado.
Alguém das hostes do “Inconseguimento G.” é capaz de
nos quantificar se o Alandroal cresceu ou minguou em termos de crescimento
económico e desenvolvimento sustentável? 3%, 2,1 ou nada por cento?
Quantas avenças avançaram? Quais os amigos e empresas
que protegia? Onde é que está uma “Lista tribunícia” desses aproveitamentos? O
culto ao Endovélico serviu mais a terra ou, a quem sendo da terra, o promovia à
custa de inúmeros conferencistas sem obra com interesse local publicada e à
vista? Em roda solta descarrilou.
Vejamos de seguida o “Inconseguimento m/MC”
Enquanto a CDU
foi a “única dona da autarquia” quis o poder político participativo do povo? Ou
o dito poder esteve sempre nas mãos centralizadoras da “distrital” tanto mais
evidente quanto «as maiorias absolutas fáceis» faziam com que pouco se movesse
verdadeiramente, na Vila e no Concelho, em troca apenas das famosas
infraestruturas?
O pingue-pongue que o par inconseguido representado
por G./ M.C. vem apresentando pré-anuncia alguma coisa de bom e de novo para
daqui a dois anos?
Os impostos têm vindo a baixar ou a subir? Os
indicadores e índices locais de bem-estar têm vindo a manter-se ou a
degradar-se?
Face a este panorama em que lugar aparece o Alandroal
na escala de desenvolvimento dos restantes concelhos do distrito?
O redireccionamento do quadro das principais
Actividades Culturais entre 2015 e 2017 (final do mandato da CDU) vai fazer-se,
finalmente, em torno do estudo e recuperação das grandes figuras da História de
Portugal por várias vezes destacadas nos Lusíadas, e historicamente
pertencentes ao Alandroal?
Terão em mente
e ainda vão a tempo de elaborar um «Catalogo de 10 Medidas de Apoio»
sistematizadas para quem quiser investir directamente num Concelho com o
Alqueva ao pé?
Em roda presa é um travão.
III.
Vistas
as coisas assim parece não haver dúvidas que os “Três Inconseguimentos” que
aqui assinalámos por N, G, e m/MC podem até à data resumir-se do modo seguinte:
(a)
“Inconseguiram os
3” no desenvolvimento inovador e sustentado do Concelho do Alandroal que corre
sérios riscos de subdesenvolvimento e de sobrevivência;
(b)
“Inconseguiram os
3” na criação de uma massa crítica local e autárquica susceptível de fazer
participar um crescente número de cidadãos nos assuntos locais (veja-se a
dificuldade existente na elaboração das listas eleitorais);
(c)
“Inconseguiram os
3 “ na articulação e ligação do Concelho com os Concelhos vizinhos como é o
caso (que sempre defendemos) do Alandroal privilegiar nas suas relações
autárquicas uma articulação muito estreita com Reguengos de Monsaraz.
Postos os factos assim é altura de deixar, por agora,
uma última questão: como iremos assistir ao “Inconseguimento em curso” com “a
marca m/MC” uma vez que dos anteriores 2 “Inconseguimentos”, um resultou “em
falta de capital cívico”; e o “Inconseguimento G” deu em desleixo e uma fatal
derrota eleitoral.
Todo um conjunto de «Inconseguimentos» bastante
negativos que, como se tornará óbvio, o Alandroal, já dispensou, dispensa e
dispensará no futuro próximo.
Em política, o que parece é!
Melhores saudações
António Neves Berbem
(26/Fevereiro/2015)
7 comentários:
No que toca a inconseguimentos ANB é claramente especialista. Só falta dizer que foi apoiante de todos estes inconseguimentos na esperança de conseguir alguma coisa sendo por isso ele próprio o maior inconseguimento de todos. E esta, heim?
Bem, o comentário de 26 fevereiro, 2015 17:17 não podia ser mais certeiro. Só acrescento que o tri-inconseguimento tem seguimentos deveras inconseguidos.
Constrangimento....
Retirado dum comentário.
"ANB é claramente especialista. Só falta dizer que foi apoiante de todos estes inconseguimentos"
Tenho acompanhado as críticas do ANB aos três autarcas.
Normalmente dá-lhes um prazo e só depois de ver que não correspondem à expetativa criada e que se esperava para o bem do Concelho, ataca-os sem papas na língua.
Faziam-nos falta muitos mais ANB's.
E não só ao nível local.
Doutro modo continuamos um povo “que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas”
Guerra Junqueiro, in 'Pátria (1896).
Siga o link que embaixo, leia e perceba desde quando e porquê os poderosos abusam do povo. E até quando?
http://www.citador.pt/textos/um-povo-resignado-e-dois-partidos-sem-ideias-abilio-de-guerra-junqueiro
Pergunto eu ao amigo ANB, quem mandava na câmara na altura do Nabais? Quem mandava na altura do Grilo? E quem manda agora? Será que é o executivo? Ou serão outros?
deixamos de parte o psd que no seu canto reduzido de intervenção lá vai sobrevivendo e vivendo. deixamos de parte o ps que se rendeu definitivamente ao nabais abrindo lhe caminho para que ele encontre na concelhia o trampolim para a sua entrada triunfal no partido do costa.
fique - mo- nos pelo pcp no poder com uma tarefa importante a cumprir mas sem a levar a lado nenhum, sem rumo, sem objetivos, sem politica. como vai o partido comunista local, regional, nacional ajudar o alandroal neste marasmo politico / emocional em que se encontra? aparecerá novamente o Grilo tal D. Sebastião em noite de nevoeiro. Estão preparados os dados, a seu gosto, para tal.
Bem, não sei se será o "post" mais adequado para este comentário, mas cá vai.
Dando uma olhadela na blogosfera local e imprensa nacional e face à recente visita da PJ ao município do alandroal para investigar o mandato de 2009/2013, e perante a reação do MUDA (in blog dos mesmos), concluo então as minhas suspeitas, de que o que fizeram nos seus quatro anos de mandato pouco mais não foi do que assobiar para o ar e empurrar com a barriga para frente, isto pelo facto da 1ª reacção demostrar o completo desnorte, onde o importante (para o muda) é discutir e esclarecer quem fez a denuncia, QUANDO O QUE DEVERIA SER IMPORTANTE ERA ESCLARECER OS FACTOS QUE LEVARAM À INVESTIGAÇÃO, mais uma vez tentam iludir os mais distraídos (semeando o odio e a desconfiança).
Por ultimo, e aquando da anterior visita da PJ (6 anos de investigação e nada e com isto não defendo o Nabais, constato apenas um facto), constatei que foi amplamente badalada pela imprensa nacional, o que pressupõe que teve o alto patrocinio do MUDA, desta vez uma pequena nota na campário e no altejo (para não dar muito alarido).
Vamos esperar para ver o que dará esta investigação ao mandato 2009/2013, não baseada em "suposições" e histórias mal contadas, mas sim em factos comprovados.
POR FAVOR MUNICIPES DO CONCELHO DO ALANDROAL, ABRAM OS OLHOS E NÃO "EMPRENHEM" PELOS OUVIDOS COMO EM 2009
PELA TRANSPARÊNCIA E PELA HONESTIDADE
OBS.
Para o Comentário inicial (das 17.17) um tanto distraído e com os dedos trocados (e só por mais esta vez) vou inscrever-lhe a seguinte citação do poeta americano do século XIX, W. Whitman: " Contradigo-me? Pois bem, então contradigo-me. Sou extenso, contenho multiplicidades".
Assim sendo acrescentarei enquanto "Orelhudo do Caraças" que, mais cedo do que tarde, todos vamos ter de pensar «no prato de torresmos» que foram, desta vez, expostos no Al tejo e já com tantas presenças (in)conseguidas da P.J.na Câmara do Alandroal.
Estados de graça permanentes em politicas locais ou nacionais é que não! Chega!
Melhores cumprimentos
António Neves Berbem
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