quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

ORELHUDOS DO CARAÇAS - Uma rubrica do A.N.B.

                     “Três Inconseguimentos Autárquicos”
I.
Em traços muito gerais, vamos dizer, no Al tejo, que perfilhamos e aceitamos a “ideia histórica” de que um país como Portugal se temperou com um misto de vitórias do caraças (Aljubarrota e Restauração) e diversos “traumas históricos” que vêm marcando a nossa existência, século após século, enquanto estado-nação ainda «milagrosamente» existente e «misteriosamente» vivente.
Tivemos além disso grandes personagens históricas como tivemos e vamos tendo “actores medíocres politicamente” como é o caso do actual Presidente da Republica. Um presidente sem nenhum carisma e que é, na linguagem usada pela Presidenta da Assembleia da Republica, Dra. Assunção Esteves, o caso flagrante de “Um Inconseguimento político” que se vem arrastando há demasiado tempo desde os finais do século XX.
Quanto aos traumas históricos, não é difícil verificar que o principal e mais grave esteve em Alcácer-Quibir onde um jovem rei Sebastião desbaratou quase tudo o que vinha e ainda sobrava das riquezas e das elites da nossa época áurea (séculos XV e XVI).
Entretanto outros “Traumas e Inconseguimentos” foram acontecendo como a perda do Império Brasileiro; o caso do Ultimato e da humilhação inglesa e, já nos finais do século passado, a perda súbita do império colonial africano através de “uma descolonização” sem poder de negociação mas um tanto apressada e descompensada.  
 
II.
Se tais “Traumas e Inconseguimentos” se verificaram, a nível nacional, ao nível local e autárquico do Alandroal, a Vila e o Concelho parece também que não tiveram grande sorte. Ou sequer sorte diferente.
Efectivamente, quer-nos parecer que o Alandroal andou ou ainda anda a ser objecto de vários “Inconseguimentos” bastante visíveis que podemos listar por:
O Inconseguimento N;
O Inconseguimento G;
O Inconseguimento m/MC; 
Feito este brevíssimo levantamento, faltará agora perceber e identificar a natureza não repetível destes três “Inconseguimentos locais e Autárquicos” que insistem, perdidamente, em preparar-se para uma nova corrida às urnas.
Quanto ao Inconseguimento N. se houve ou não sucessivas burlas nos gastos e nas altíssimas despesas de uma autarquia com vocação para viagens turísticas, vamos sabendo quem foram directamente os beneficiados e os prejudicados.
Assim como devemos antecipar e prever que continuará a haver burlões à espera de uma nova oportunidade. Os Tribunais que decidam mas a marca negativa e o sentido de justiça esse nunca deve perder-se quando houver novas promessas na corrida eleitoral.
Em roda livre é um perigo.
Relativamente ao “Inconseguimento G.” tanto tempo andou a apregoar a mudança que, (re)feitas as contas, o que se verificou no final do mandato é que, no essencial, pouco ou nada tinha mudado.
Alguém das hostes do “Inconseguimento G.” é capaz de nos quantificar se o Alandroal cresceu ou minguou em termos de crescimento económico e desenvolvimento sustentável? 3%, 2,1 ou nada por cento?
Quantas avenças avançaram? Quais os amigos e empresas que protegia? Onde é que está uma “Lista tribunícia” desses aproveitamentos? O culto ao Endovélico serviu mais a terra ou, a quem sendo da terra, o promovia à custa de inúmeros conferencistas sem obra com interesse local publicada e à vista? Em roda solta descarrilou.
Vejamos de seguida o “Inconseguimento m/MC”
 Enquanto a CDU foi a “única dona da autarquia” quis o poder político participativo do povo? Ou o dito poder esteve sempre nas mãos centralizadoras da “distrital” tanto mais evidente quanto «as maiorias absolutas fáceis» faziam com que pouco se movesse verdadeiramente, na Vila e no Concelho, em troca apenas das famosas infraestruturas?
O pingue-pongue que o par inconseguido representado por G./ M.C. vem apresentando pré-anuncia alguma coisa de bom e de novo para daqui a dois anos?
Os impostos têm vindo a baixar ou a subir? Os indicadores e índices locais de bem-estar têm vindo a manter-se ou a degradar-se?
Face a este panorama em que lugar aparece o Alandroal na escala de desenvolvimento dos restantes concelhos do distrito?
O redireccionamento do quadro das principais Actividades Culturais entre 2015 e 2017 (final do mandato da CDU) vai fazer-se, finalmente, em torno do estudo e recuperação das grandes figuras da História de Portugal por várias vezes destacadas nos Lusíadas, e historicamente pertencentes ao Alandroal?
 Terão em mente e ainda vão a tempo de elaborar um «Catalogo de 10 Medidas de Apoio» sistematizadas para quem quiser investir directamente num Concelho com o Alqueva ao pé?
Em roda presa é um travão.  

III.
Vistas as coisas assim parece não haver dúvidas que os “Três Inconseguimentos” que aqui assinalámos por N, G, e m/MC podem até à data resumir-se do modo seguinte:
(a)         “Inconseguiram os 3” no desenvolvimento inovador e sustentado do Concelho do Alandroal que corre sérios riscos de subdesenvolvimento e de sobrevivência;
(b)        “Inconseguiram os 3” na criação de uma massa crítica local e autárquica susceptível de fazer participar um crescente número de cidadãos nos assuntos locais (veja-se a dificuldade existente na elaboração das listas eleitorais);
(c)         “Inconseguiram os 3 “ na articulação e ligação do Concelho com os Concelhos vizinhos como é o caso (que sempre defendemos) do Alandroal privilegiar nas suas relações autárquicas uma articulação muito estreita com Reguengos de Monsaraz.
Postos os factos assim é altura de deixar, por agora, uma última questão: como iremos assistir ao “Inconseguimento em curso” com “a marca m/MC” uma vez que dos anteriores 2 “Inconseguimentos”, um resultou “em falta de capital cívico”; e o “Inconseguimento G” deu em desleixo e uma fatal derrota eleitoral.
Todo um conjunto de «Inconseguimentos» bastante negativos que, como se tornará óbvio, o Alandroal, já dispensou, dispensa e dispensará no futuro próximo.
Em política, o que parece é!
   Melhores saudações
                 António Neves Berbem
                     (26/Fevereiro/2015)


7 comentários:

Anónimo disse...

No que toca a inconseguimentos ANB é claramente especialista. Só falta dizer que foi apoiante de todos estes inconseguimentos na esperança de conseguir alguma coisa sendo por isso ele próprio o maior inconseguimento de todos. E esta, heim?

Anónimo disse...

Bem, o comentário de 26 fevereiro, 2015 17:17 não podia ser mais certeiro. Só acrescento que o tri-inconseguimento tem seguimentos deveras inconseguidos.

Constrangimento....

Anónimo disse...

Retirado dum comentário.
"ANB é claramente especialista. Só falta dizer que foi apoiante de todos estes inconseguimentos"
Tenho acompanhado as críticas do ANB aos três autarcas.
Normalmente dá-lhes um prazo e só depois de ver que não correspondem à expetativa criada e que se esperava para o bem do Concelho, ataca-os sem papas na língua.
Faziam-nos falta muitos mais ANB's.
E não só ao nível local.
Doutro modo continuamos um povo “que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas
Guerra Junqueiro, in 'Pátria (1896).
Siga o link que embaixo, leia e perceba desde quando e porquê os poderosos abusam do povo. E até quando?
http://www.citador.pt/textos/um-povo-resignado-e-dois-partidos-sem-ideias-abilio-de-guerra-junqueiro

Anónimo disse...

Pergunto eu ao amigo ANB, quem mandava na câmara na altura do Nabais? Quem mandava na altura do Grilo? E quem manda agora? Será que é o executivo? Ou serão outros?

Anónimo disse...

deixamos de parte o psd que no seu canto reduzido de intervenção lá vai sobrevivendo e vivendo. deixamos de parte o ps que se rendeu definitivamente ao nabais abrindo lhe caminho para que ele encontre na concelhia o trampolim para a sua entrada triunfal no partido do costa.
fique - mo- nos pelo pcp no poder com uma tarefa importante a cumprir mas sem a levar a lado nenhum, sem rumo, sem objetivos, sem politica. como vai o partido comunista local, regional, nacional ajudar o alandroal neste marasmo politico / emocional em que se encontra? aparecerá novamente o Grilo tal D. Sebastião em noite de nevoeiro. Estão preparados os dados, a seu gosto, para tal.

Anónimo disse...

Bem, não sei se será o "post" mais adequado para este comentário, mas cá vai.
Dando uma olhadela na blogosfera local e imprensa nacional e face à recente visita da PJ ao município do alandroal para investigar o mandato de 2009/2013, e perante a reação do MUDA (in blog dos mesmos), concluo então as minhas suspeitas, de que o que fizeram nos seus quatro anos de mandato pouco mais não foi do que assobiar para o ar e empurrar com a barriga para frente, isto pelo facto da 1ª reacção demostrar o completo desnorte, onde o importante (para o muda) é discutir e esclarecer quem fez a denuncia, QUANDO O QUE DEVERIA SER IMPORTANTE ERA ESCLARECER OS FACTOS QUE LEVARAM À INVESTIGAÇÃO, mais uma vez tentam iludir os mais distraídos (semeando o odio e a desconfiança).
Por ultimo, e aquando da anterior visita da PJ (6 anos de investigação e nada e com isto não defendo o Nabais, constato apenas um facto), constatei que foi amplamente badalada pela imprensa nacional, o que pressupõe que teve o alto patrocinio do MUDA, desta vez uma pequena nota na campário e no altejo (para não dar muito alarido).
Vamos esperar para ver o que dará esta investigação ao mandato 2009/2013, não baseada em "suposições" e histórias mal contadas, mas sim em factos comprovados.

POR FAVOR MUNICIPES DO CONCELHO DO ALANDROAL, ABRAM OS OLHOS E NÃO "EMPRENHEM" PELOS OUVIDOS COMO EM 2009

PELA TRANSPARÊNCIA E PELA HONESTIDADE

Anónimo disse...


OBS.

Para o Comentário inicial (das 17.17) um tanto distraído e com os dedos trocados (e só por mais esta vez) vou inscrever-lhe a seguinte citação do poeta americano do século XIX, W. Whitman: " Contradigo-me? Pois bem, então contradigo-me. Sou extenso, contenho multiplicidades".

Assim sendo acrescentarei enquanto "Orelhudo do Caraças" que, mais cedo do que tarde, todos vamos ter de pensar «no prato de torresmos» que foram, desta vez, expostos no Al tejo e já com tantas presenças (in)conseguidas da P.J.na Câmara do Alandroal.

Estados de graça permanentes em politicas locais ou nacionais é que não! Chega!

Melhores cumprimentos

António Neves Berbem