Quinta, 03 Outubro 2013 09:14
Depois de um longo período de ausência, cá estou de
regresso às crónicas na DIANAFM, que teve a amabilidade de manter o convite
feito em Fevereiro de 2006.
É uma crónica que acontece após um acto eleitoral com
repercussões essencialmente locais, mas que não podem deixar de ter consequências
regionais e nacionais.
Tal como fui dizendo nas últimas crónicas onde abordei a realidade
local, em Évora adivinhava-se o fim de um ciclo político autárquico que
caracterizei como desastroso a todos os níveis e que, desde o primeiro dia, foi
perdendo apoios e desbaratando um prestígio local, nacional e internacional,
construído durante mais de duas décadas por uma governação que apostou na
participação dos cidadãos, na inovação e no pioneirismo, num tempo em que
estava tudo por fazer e o poder local democrático dava os seus primeiros
passos.
No passado dia 29 de Setembro, os eleitores decidiram
apostar na esperança e deram uma clara maioria à CDU para governar o concelho
nos próximos quatro anos, reduzindo o PS a uma expressão eleitoral que muitas
consideravam impensável antes da contagem dos votos.
A nova Câmara tem pela frente uma tarefa complexa e de
extrema dificuldade mas não pode dizer que desconhecia a imensidão do desafio.
O tempo não é de ajuste contas ou de revanchismos. O tempo
é de construir uma nova relação com as instituições, os trabalhadores
municipais e as populações, contando com todos e todas que querem participar na
tarefa entusiasmante e gigantesca de devolver a Évora o prestígio e o
protagonismo que se foi esvaindo durante o último ciclo político.
E esta atitude nada tem a ver com magnanimidade
paternalista de quem venceu confortavelmente. É algo que é decisivo para
ultrapassar os obstáculos que todos teremos pela frente e não nos podemos dar
ao luxo de desperdiçar competências e talentos ou de desperdiçar a oportunidade
de aprender com as críticas fundamentadas dos que querem participar neste
processo verdadeiramente desafiante.
Os que não querem, os que vivem enfeudados nos seus
preconceitos ideológicos, os que saboreiam o seu próprio fel como se de um
divino manjar se tratasse, assim irão continuar e assim continuarão a não
contar para nada.
Até para a semana
Eduardo Luciano
1 comentário:
Esta crónica, de Évora tratando, cai que nem uma luva bem ajustada, no que ao Alandroal diz respeito.
Subscrevo por inteiro o que o cronista diz.
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