Passeatas
na Aldeia
Ao fim das tardes
E depois da venda fechada
Vizinhos e compadres
Reuniam-se na calçada.
Depois do gado tratado
E em tardes de verão
Distribuía rações pró gado
Da venda ao roncão.
Os parentes de Lisboa
Deliciavam-se a contemplar
Os marmelos e gamboas
Na horta do ti Baltazar.
Vinham passar umas férias
De carreira quase cheia
Para três dedos de lérias
E passeatas na aldeia.
Desciam no tio Nina
Da carreira das dezassete
Perto da casa da Quina
E do monte da Graciete.
E nós na aldeia á espera
Com montes de saudades
Ao pé do monte da era
Com memórias e novidades.
Era sempre um prazer
Receber os ares da capital
Que nos vinham fornecer
Mais bagagem cultural.
Depois das conversasem dia
E cumprimentos aos primos
Iam em tardes de calmaria
Dar abraços e acenos.
Ti Arsénio com a mula
Na courela a lavrar
Maria Prazeres de mala
Sempre pronta a acenar.
Ouviam grilos e pardais
Carros de burros a passar
Avós a labutar nos quintais
Tias á soalheira a costurar.
Era uma grande beleza
Que diziam contemplar
Frutos e flores com certeza
Trigo e aveia a alourar.~
Vítor Pisco
03/08/201
Reuniam-se na calçada.
Depois do gado tratado
E em tardes de verão
Distribuía rações pró gado
Da venda ao roncão.
Os parentes de Lisboa
Deliciavam-se a contemplar
Os marmelos e gamboas
Na horta do ti Baltazar.
Vinham passar umas férias
De carreira quase cheia
Para três dedos de lérias
E passeatas na aldeia.
Desciam no tio Nina
Da carreira das dezassete
Perto da casa da Quina
E do monte da Graciete.
E nós na aldeia á espera
Com montes de saudades
Ao pé do monte da era
Com memórias e novidades.
Era sempre um prazer
Receber os ares da capital
Que nos vinham fornecer
Mais bagagem cultural.
Depois das conversas
E
Iam em tardes de calmaria
Dar abraços e acenos.
Ti Arsénio com a mula
Na courela a lavrar
Maria Prazeres de mala
Sempre pronta a acenar.
Ouviam grilos e pardais
Carros de burros a passar
Avós a labutar nos quintais
Tias á soalheira a costurar.
Era uma grande beleza
Que diziam contemplar
Frutos e flores com certeza
Trigo e aveia a alourar.~
Vítor Pisco
03/08/201
OLHAR
Quando vejo o teu olhar
Fixo no meu sem parar
Leio o que neles me dizes
Sem uma palavra me dares
Se estás triste ou contente
Se tens ódio ou se me amas
Tudo o que o teu coração sente
Nos teus olhos se inflama
Quando vejo a natureza
Num silêncio interior
Desfruto aquela beleza
Num olhar mais sonhador
O que mata um jardim
É a indiferença do olhar
A inconsciência sem fim
Duma flor deixar murchar
Quando vejo olhar o umbigo
Sem nada ver ao redor
Um distanciamento é sentido
Por nele ver ambição maior
Há o olhar como um som
Expressivo revelador
Mostra o que alma projectou
Num momento inspirador
Olhar sábio que vê distante
Tudo pode descobrir
Realizar coisas importantes
Mesmo sem estar a agir
Um olhar diz uma coisa
Outra coisa diz outro olhar
Porque a diferença da coisa
Está no olhar a pensar
21-01-2013 Maria Antonieta Matos
Leio o que neles me dizes
Sem uma palavra me dares
Se estás triste ou contente
Se tens ódio ou se me amas
Tudo o que o teu coração sente
Nos teus olhos se inflama
Quando vejo a natureza
Num silêncio interior
Desfruto aquela beleza
Num olhar mais sonhador
O que mata um jardim
É a indiferença do olhar
A inconsciência sem fim
Duma flor deixar murchar
Quando vejo olhar o umbigo
Sem nada ver ao redor
Um distanciamento é sentido
Por nele ver ambição maior
Há o olhar como um som
Expressivo revelador
Mostra o que alma projectou
Num momento inspirador
Olhar sábio que vê distante
Tudo pode descobrir
Realizar coisas importantes
Mesmo sem estar a agir
Um olhar diz uma coisa
Outra coisa diz outro olhar
Porque a diferença da coisa
Está no olhar a pensar
21-01-2013 Maria Antonieta Matos
POEMA
VERDADE
Fizeste-me um dia
um lindo poema,
Rara beleza, não
vi outro igual.
Sentir-te em mim é
ter, afinal,
O ritmo certo no
rimar dum tema.
Poema que emana
tanta doçura,
Que o corpo me
aquece e a alma o sente.
Gravado ficará em
minha mente,
Poema verdade,
amor e ternura.
Um dia será poema
saudade,
Algo de sublime
que por mim passou,
Restos do sonho,
de uma realidade.
E se, num só
momento, a vida levou
O doce rimar do
poema verdade,
Restam-me as
marcas que em mim ele deixou.
Ao meu marido
Ausenda Ribeiro
3 comentários:
Os poetas também pensam.
Para fazer a sua arte.
O pensamento faz parte
Onde as palavras acentam.
As palavras teem de acentar
Fazendem frases correctas
Para que possam rimar
E ficam obras prediletas.
Essas obras prediletas
Que estão de parabéns
Frases lindas palavras certas
Versos que rimam também.
Que obras tão finas.
Eu não consigo fazer.
Perfeições tão pequeninas
Que dá gosto a gente leer.
Dá gosto a gente leer.
Obras de grandes ideas
Sem precisar de aprender
Fazer as lindas e não as feias.
Eu gostava de saber
O pensar desses poetas
Onde foram a aprender
Frases pequenas e directas.
Frases pequenas e directas.
Sem que tivessem professores.
São uns grandes poetas
Das lindas obras são autores.
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