Segunda,
10 Junho 2013 09:20
A semana passada ficou marcada por declarações
inacreditáveis por parte do Presidente da República e Primeiro-Ministro acerca
da Greve dos Professores.
O Primeiro-Ministro optou por fazer uma ameaça velada,
afirmando que, caso não sejam fixados os serviços mínimos, o Governo terá de
actuar, além de sugerir hipocritamente que os professores deviam canalizar a
sua indignação para a greve geral do dia 27 de Junho.
Já Cavaco Silva optou pela
estratégia populista e democraticamente perigosa. Afirmou que os alunos seriam
os prejudicados pela greve, e que estes não podiam ser meios para atingir fins.
Estas declarações são inadmissíveis… Um Presidente da
República que tem admitido tudo ao Governo, que tem permitido o ataque
consecutivo à Constituição da República Portuguesa, que tem permitido e dado
aval às políticas austeritárias mais brutais de que há memória, vem agora de
uma forma populista e demagógica procurar defender os alunos do efeito de uma
Greve Geral.
Como pode ser Cavaco considerado Presidente da República,
quando é apenas o Advogado de Defesa de um Governo que perdeu toda a
legitimidade para Governar?
Cavaco…
Não se preocupou com o aumento do número de alunos por
turma.
Não se preocupou com as alterações curriculares absurdas.
Não se preocupou com a redução do apoio pedagógico aos
alunos.
Não se preocupou com o aumento da carga horária dos
professores.
Não se preocupou com a redução do número de funcionários.
Não se preocupou com os mega-agrupamentos.
Não se preocupou com o aumento das propinas.
Não se preocupou com a redução da comparticipação nos
passes escolares.
Não se preocupa com um desemprego jovem muito superior aos
40%.
Não se preocupa com o facto de termos cada vez mais
crianças e jovens a chegar à escola com fome.
Não se preocupa com 1 em cada 5 jovens dos 18 aos 24 anos
a abandonar o sistema de ensino.
Lembrou-se dos jovens quando os professores, com toda a
legitimidade do mundo, decidiram fazer greve.
A luta dos professores tem de ser a luta dos alunos, a
luta dos pais, a luta de todos os portugueses.
Espero que neste Dia de Portugal, sejamos capazes de
reflectir sobre a necessidade de sermos solidários, e de saber identificar
aqueles que a bem de um programa de extermínio social pretendem minar os
alicerces da solidariedade. Porque as palavras também são uma arma, esta semana
Cavaco e Passos voltaram a disparar contra a Democracia…
Até para a semana.
Bruno Martins
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