terça-feira, 5 de março de 2013

CONTINUAMOS A DIVULGAR A POESIA SUBMETIDA AO CONCURSO DE POETAS POPULARES NO ALANDROAL

Helder Salgado


Concelho que tem Endovélico
Onde existe boa gastronomia
De peixe é rico e belo
Não fica atrás a poesia


                   I                                                             III

Fenícios, gregos, cartagineses                Marinheiros  de outra fama
Descendentes,  portugueses                   Que deram lições ao Gama (Vasco)
Mercadores, comerciantes                      No Lucefécit navegaram
Todos eles viandantes                            As minhas mágoas afogaram
Se juntaram os romanos                         Mas a minha alma não
Seguidos dos muçulmanos                     Nora do meu coração
Este lugar cobiçaram                              De fértil a agricultura
E alguns se revoltaram                           Onde há trigo com fartura
Lugar santo e diabólico                          Neste poema singelo
No Concelho que tem Endovélico.        E de peixe é rico e belo.

                
        II                                                        IV

O outeiro de São Miguel                       Eu neste encanto navego
Lugar de pão e de mel                           Esquecendo as tágides do Tejo
E de turbulentas águas                          Com o texugo e a lontra
Entre penedos e fragas                          Neste espelho, nesta montra
Foge o barbo e a pardelha                     Sem haver outro parelho
Veloz como uma centelha                     No lugar do meu Concelho
Com medo do grande volume               Quando me ponho cantar
Das águas, onde o cardume                   E d’ele ausente estar
Tranquilo outrora comia                       Com  saudade e nostalgia
E onde existe boa gastronomia             Não fica atrás a poesia 



Helder Salgado
20-02-2013.

Oração

Concelho que tem Endovélico
Imagem, adoração
Vestígios do Povo Céltico
De Roma, a romanização
E dos Árabes tem a nora
Parte da nossa cultura
D’ um Alandroal de agora
De pesca e agricultura
Cheio de encanto e magia
Onde existe boa gastronomia


De peixe é rico e belo
Que nada na água doce
O meu peito, tão singelo
Lucefécit qu’eu não fosse
Devoto da tua água
No lugar de São Miguel
Estou carpindo a minha mágoa
Sítio de leite e de mel
Dum maná em harmonia
Não fica atrás a poesia



Helder Salgado
10-02-2013



12 comentários:

Anónimo disse...

O Alandroal e restante concelho são conhecidos por este sério alembramento para a poesia dos seus habitantes. Dos poetas do passado não vale a pena citar nomes porque todos os temos bem presentes. E pelo que aqui li, e também pelo que a Ausenda e o Cabé, ali mais atrás alembraram, parece-me que a tradição continua bem viva. Pois que se mantenha! Hoje a poesia é mais elaborada, é mais tirada a preceito, é mais pensada e ritmada. A métrica já tem que se lhe diga. E isso é bom. É muito bom!
No entanto, se me dão licença, gostaria de lembrar (sem citar nomes), os poetas repentistas que na minha infância ouvia lá na aldeia em intermináveis noites de desgarradas, acompanhados por uma guitarra velha ou por um harmónio. Ou até por uma gaita de beiços.
Que pena que eu tenho hoje que nessa altura ainda não houvesse gravadores!

Poetas da minha terra nunca se cansem de nos encantar


Carlos Damas disse...

Parabéns amigo, vc é artista
Faz poesia como ninguém
Deve fazer décimas também
Pra ganhar sua conquista :)

Eu sou do Alandroal
Vivo cá desde que nasci
Grande tristeza eu senti
Sendo eu de cá Natural :)

Eu já disse uma vez
Nada quero ao despique
Para com a certeza fique
Que não sou nenhum mal-tez :)

Para mim tanto faz
Dizerem bem ou mal
Tenho pouco cabedal
Faço o que sou capaz :)

Nã faça caso do que eu digo
Eu digo e nã faço caso
O que digo nã tem prazo
Fazer versos eu com sigo :)

Campos verdes e trigais
Alandroal tem com fartura
Se a seara está madura
Adeus seara prós pardais :)












Anónimo disse...

"Hoje a poesia é mais elaborada, é mais tirada a preceito, é mais pensada e ritmada. A métrica já tem que se lhe diga. E isso é bom. É muito bom!"

Pois pois, vão lá dizendo isso que os parôlos acreditam!
Que me desculpe a Ausenda Ribeiro que é uma exceção.

No Concurso de Poesia
As décimas da Ausenda
São bem uma mais valia
Uma riquíssima prenda.

Obrigado Ausenda.

Anónimo disse...

São opiniões amigo. Qualquer das décimas que o Xico deu a conhecer no ALTEJO estão bem feitas, mas na minha modesta opinião as de Matias José são as mais bem elaboradas, quer no conteúdo como na métrica. Obrigado a todos os poetas que participaram no concurso.

Carlos Damas disse...

Tenho a quarta classe
Sexto ano mal tirado
E quem mal me trata-se
Pra que tive-se chumbado.

Anónimo disse...

Desculpe lá amigo Helder, mas décimas é que não!

Carlos Damas disse...

Nas Novas Oportunidades
Logo foi ameaçado
Por contar as verdades
Por um sujeito de São Tiago.

No curso de Inglês
Tinha a sina marcada
Agredido mais uma vez
Ao sofrer uma pefatada.

Depois do curso de Informática
Junto da lareira de Natal
Qualquer toma prática
ameaçam-me sem eu fazer mal.







Anónimo disse...

Este Carlos Damas é um grande erudito da antiguidade. Estou abismado!

Anónimo disse...

O Carlos das Damas é:
a q u e l a m á q u i n a !

Anónimo disse...

Bem oleada nas palavras

Anónimo disse...

Parabéns a todos por esta iniciativa! Há que não deixar morrer a poesia! Mas, se mo permitem, o sr. Cabé está um pouco desfazado das reais caraterísticas do tipo de poesia pedida. Penso que quem muitos instrumentos quer tocar... algum há-de falhar. Não somos todos poetas, há que admitir. À d. Ausenda os meus sinceros parabéns!

Anónimo disse...

Há cá alguns Boris
Valem-do-se em pouca sorte
Enfeitados com burniz
Pensando serem mais forte.