Concelho que tem Endovélico
Onde existe boa gastronomia
De peixe é rico e belo
Não fica atrás a poesia
I
III
Fenícios, gregos,
cartagineses
Marinheiros de outra fama
Descendentes, portugueses Que deram lições ao Gama
(Vasco)
Mercadores, comerciantes No Lucefécit navegaram
Todos eles viandantes As minhas mágoas
afogaram
Se juntaram os romanos Mas a minha alma não
Seguidos dos muçulmanos Nora do meu coração
Este lugar cobiçaram De fértil a
agricultura
E alguns se revoltaram Onde há trigo com
fartura
Lugar santo e diabólico Neste poema singelo
No Concelho que tem
Endovélico. E de peixe é rico e
belo.
II
IV
O outeiro de São Miguel Eu neste encanto navego
Lugar de pão e de mel Esquecendo as
tágides do Tejo
E de turbulentas águas Com o texugo e a
lontra
Entre penedos e fragas Neste espelho, nesta
montra
Foge o barbo e a
pardelha Sem haver
outro parelho
Veloz como uma centelha No lugar do meu Concelho
Com medo do grande
volume Quando me ponho
cantar
Das águas, onde o
cardume E d’ele ausente
estar
Tranquilo outrora comia Com saudade e nostalgia
E onde existe boa
gastronomia Não fica atrás a
poesia
Helder Salgado
20-02-2013.
Oração
Concelho que tem Endovélico
Imagem, adoração
Vestígios do Povo Céltico
De Roma, a romanização
E dos Árabes tem a nora
Parte da nossa cultura
D’ um Alandroal de agora
De pesca e agricultura
Cheio de encanto e magia
Onde existe boa gastronomia
De peixe é rico e belo
Que nada na água doce
O meu peito, tão singelo
Lucefécit qu’eu não fosse
Devoto da tua água
No lugar de São Miguel
Estou carpindo a minha mágoa
Sítio de leite e de mel
Dum maná em harmonia
Não fica atrás a poesia
Helder Salgado
10-02-2013
12 comentários:
O Alandroal e restante concelho são conhecidos por este sério alembramento para a poesia dos seus habitantes. Dos poetas do passado não vale a pena citar nomes porque todos os temos bem presentes. E pelo que aqui li, e também pelo que a Ausenda e o Cabé, ali mais atrás alembraram, parece-me que a tradição continua bem viva. Pois que se mantenha! Hoje a poesia é mais elaborada, é mais tirada a preceito, é mais pensada e ritmada. A métrica já tem que se lhe diga. E isso é bom. É muito bom!
No entanto, se me dão licença, gostaria de lembrar (sem citar nomes), os poetas repentistas que na minha infância ouvia lá na aldeia em intermináveis noites de desgarradas, acompanhados por uma guitarra velha ou por um harmónio. Ou até por uma gaita de beiços.
Que pena que eu tenho hoje que nessa altura ainda não houvesse gravadores!
Poetas da minha terra nunca se cansem de nos encantar
Parabéns amigo, vc é artista
Faz poesia como ninguém
Deve fazer décimas também
Pra ganhar sua conquista :)
Eu sou do Alandroal
Vivo cá desde que nasci
Grande tristeza eu senti
Sendo eu de cá Natural :)
Eu já disse uma vez
Nada quero ao despique
Para com a certeza fique
Que não sou nenhum mal-tez :)
Para mim tanto faz
Dizerem bem ou mal
Tenho pouco cabedal
Faço o que sou capaz :)
Nã faça caso do que eu digo
Eu digo e nã faço caso
O que digo nã tem prazo
Fazer versos eu com sigo :)
Campos verdes e trigais
Alandroal tem com fartura
Se a seara está madura
Adeus seara prós pardais :)
"Hoje a poesia é mais elaborada, é mais tirada a preceito, é mais pensada e ritmada. A métrica já tem que se lhe diga. E isso é bom. É muito bom!"
Pois pois, vão lá dizendo isso que os parôlos acreditam!
Que me desculpe a Ausenda Ribeiro que é uma exceção.
No Concurso de Poesia
As décimas da Ausenda
São bem uma mais valia
Uma riquíssima prenda.
Obrigado Ausenda.
São opiniões amigo. Qualquer das décimas que o Xico deu a conhecer no ALTEJO estão bem feitas, mas na minha modesta opinião as de Matias José são as mais bem elaboradas, quer no conteúdo como na métrica. Obrigado a todos os poetas que participaram no concurso.
Tenho a quarta classe
Sexto ano mal tirado
E quem mal me trata-se
Pra que tive-se chumbado.
Desculpe lá amigo Helder, mas décimas é que não!
Nas Novas Oportunidades
Logo foi ameaçado
Por contar as verdades
Por um sujeito de São Tiago.
No curso de Inglês
Tinha a sina marcada
Agredido mais uma vez
Ao sofrer uma pefatada.
Depois do curso de Informática
Junto da lareira de Natal
Qualquer toma prática
ameaçam-me sem eu fazer mal.
Este Carlos Damas é um grande erudito da antiguidade. Estou abismado!
O Carlos das Damas é:
a q u e l a m á q u i n a !
Bem oleada nas palavras
Parabéns a todos por esta iniciativa! Há que não deixar morrer a poesia! Mas, se mo permitem, o sr. Cabé está um pouco desfazado das reais caraterísticas do tipo de poesia pedida. Penso que quem muitos instrumentos quer tocar... algum há-de falhar. Não somos todos poetas, há que admitir. À d. Ausenda os meus sinceros parabéns!
Há cá alguns Boris
Valem-do-se em pouca sorte
Enfeitados com burniz
Pensando serem mais forte.
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