Prestação de Contas de 2011 Mostra que Compromissos Antigos
Continuam a Fazer Aumentar Endividamento
A prestação de contas do ano de 2011 da Câmara Municipal do
Alandroal apresenta um passivo consolidado de 27 milhões de euros (5,2 milhões
de contos, na moeda antiga!)Apesar da redução de receitas em cerca de 900 mil
euros, o exercício de 2011 teria tido um saldo positivo de 600 mil euros, não
fosse a necessidade de integrar na dívida 1.6 milhões de euros de compromissos
antigos. A redução de receitas deveu-se à retenção de 345.619,22€ das
transferências directas para o município do Orçamento de Estado em consequência
do excesso de endividamento do ano de 2008 (Despacho n.º 15192/2010, de
7/10/2010 publicado na IIª Série do Diário da República) e à redução de
transferências em 285.849€ em relação ao Orçamento de Estado 2010.Os
compromissos antigos que foi necessário integrar correspondem a um valor total
de 1.690.629,53€ relativos a condenações em tribunal de processos antigos
(2002), ao registo da dívida associada aos processos em curso, das verbas a
devolver à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo em
resultado da sua aplicação indevida durante a execução do III Quadro
Comunitário de Apoio (2009) e a outras dívidas de anos anteriores. Este cenário
já tinha sido identificado na auditoria externa realizada pela Deloitte, que
mostrava, à data da sua realização (reportada a 31 de Outubro de 2009) um
passivo registado de 20.308.934 € mas também a existência de mais de 9 milhões
de euros (9.548.637 €) de compromissos assumidos não contabilizados cujos
efeitos se iriam fazer sentir ao nível do aumento efectivo da dívida ao longo
dos anos. A factura tem estado a chegar e vai continuar a chegar até à
integração total deste valor.O presidente da Câmara de Alandroal, João Grilo,
afirma que “Não falamos da dívida do Município porque isso nos dá prazer ou por
estarmos a pensar no passado. Esta dívida não é uma coisa do passado, porque
todos a vamos ter que pagar ao longo dos próximos 20 anos, e isso compromete
uma parte do futuro. Falamos da dívida por uma questão de transparência
absoluta das contas do município e para que todos percebem o gravíssimo grau de
endividamento a que se chegou. Ainda há muita falta de informação no nosso
concelho quanto à dimensão desta tragédia e brinca-se com os números como se
brinca com a vida das pessoas. Quando se fala só em milhões muitas pessoas
podem ser enganadas e não chegar a perceber se é muito ou pouco.”A verdade é
que o endividamento do município era de cerca de 2 milhões de euros em 2002
(segundo auditoria externa contratada na altura pelo executivo PS em início de
funções) e é hoje de 27 milhões.O município tem receitas anuais na ordem dos 6
milhões de euros (menos de 500 mil euros por mês) e mais de metade é para pagar
vencimentos. A outra metade tem que servir para todas as despesas de
funcionamento, contrapartida nacional de obras financiadas, pequenas obras,
protocolos com juntas de freguesia e associações do concelho, amortizações e
juros de empréstimos, despesas com educação, acção social, cultura, desporto,
etc. Só a amortização do empréstimo de saneamento financeiro (9.600.000,00 €)
vai corresponder ao pagamento de 100 mil euros por mês. É esta a dimensão do
nosso problema. Para pagar a sua dívida a câmara teria que parar totalmente
durante quase 5 anos. Estamos endividados em quase 500% das nossas receitas. Se
compararmos com o país, que está numa situação de pré-rutura, a precisar de
ajuda externa, porque tem um endividamento público externo de cerca de 117 % do
PIB (um ano e três meses de tudo o que produzimos!).“Trabalhamos há 2 anos e
meio com esta realidade, as dificuldades são muitas, mas não deixamos que os
munícipes as sintam na sua relação do dia-a-dia com a câmara. Muito pelo
contrário, temos as obras a andar, algumas quase concluídas, outras a serem
lançadas, melhorámos prazos de pagamento, melhorámos a organização interna, o
atendimento, as respostas sociais e temos hoje uma relação de confiança com os
fornecedores locais, com o associativismo e com os munícipes. Cortámos no que
era excessivo e vamos continuar a fazer o que fizemos até aqui: a encontrar
soluções para resolver os problemas, para que a câmara continue a cumprir o seu
papel junto da população, para que as obras continuem a ser feitas, para que as
respostas continuem a aparecer, para construir um futuro melhor para todos”,
conclui o autarca.
Gabinete de Imprensa C-M-A.
7 comentários:
finalmente ja falta pouco mais de um ano para deixar de chorar
Um endividamento de 25 milhões em 8 anos!
É obra!
FALAS MUITO MAS FASES POUCO, QUANDO FOSTE PARA PRESIDENTE SABIAS MELHOR QUE NINGUÊM COMO ESTAVAM AS COISAS, AGORA FAZ E NÃO TE LAMENTES A TODA A HORA É SINAL DE FRAQUEZA.
A canalha que criou esta situação e os que dela beneficiaram, sem vergonho e com despodor, negam a evidencia ou assobiam para o lado...E o culpado não foi só (embora principal) esse aprendiz de feiticeiro chamado Nabais! Foram todos os que viram e não queriam ver! Pensavam que o dinheiro vinha do Céu, (ou de Bruxelas como diziam e dizem ainda alguns)!
Depois do despaupério dos primeiros 4 anos a maioria do povo de Alandroal correu a dar ainda uma maioria maior á bicheza de que o actual presidente fazia parte....
Pobre Alandroal que tais filhos pariu...
O SENHOR PRESIDENTE tem alguma declaração ou documento que nos mostre a sua discordância desse despesismo ( 25 milhões é muita massa! )enquanto foi braço direito e esquerdo do Nabais?
Então e os milhões de dívida que desviaram para a Empresa que criaram com as Águas de Portugal, onde estão?
Sr Xico Manel se lhe chamassem Bicho e Feiticeiro gostava ou publicava isso no seu Blogue?
SE O JUSTIFICASSE PORQUE NÃO?
Xico Manel
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