Uma Marca para o Alentejo
Carlos Sezões
Quarta, 14 Março 2012 09:21
Tive, no último Sábado, a oportunidade de moderar a Conferência “Alentejo Atractivo: nas rotas do Investimento Global”, uma iniciativa da Associação Alentejo de Excelência.
A importância do tema parece-nos a todos evidente e consensual. A atracção de investimento é o desejo de qualquer região, uma vez que é a condição para a criação de riqueza e de emprego. Para o concretizar, há que ter a noção das condições estruturantes da atractividade e tentar trabalhá-las, aperfeiçoa-las, com vista à maximização do factor crítico de sucesso: a competitividade.
Como sabemos, a competição (por investimentos, visitantes, residentes, mediatismo, influência, mercados e eventos) faz-se hoje a nível global, pelo que cada Região terá de apresentar as suas “credenciais” perante investidores e financiadores cada vez mais rigorosos e escrutinadores. E que credenciais serão essas? Aqui, incluem-se os recursos e produtos da região, mercados próprios ou de proximidade, o capital humano, as condições logísticas, as infra-estruturas, contexto político (fiscal e regulatório) e muitas outras que deverão ser tidas em conta. Ora, numa altura em que o Alentejo, como região, está na moda e é cada vez atraente pela sua geografia, património e tradições, quisemos diagnosticar como capacitar esta Região para ser realmente um pólo de atracção e retenção de bons investimentos. E procurámos também, neste evento, evidenciar os factores críticos e promover os casos de sucesso já existentes.
Vários participantes focaram uma questão que sempre considerei essencial: a existência de uma marca “Alentejo”, reconhecida e assumida por todos, que facilite a associação de atributos positivos da região e seja assim um factor facilitador nesta questão da atractividade.
Esta marca não pode ser apenas um logotipo bonito e apelativo que se lance para uma campanha de 3 meses. Um bom projecto de marketing territorial deve partir de uma visão integrada, do envolvimento de múltiplos agentes, da cooperação institucional (autarquias, agências de desenvolvimento regional, órgãos de coordenação e outros) e ser sustentável no tempo. Deve estar baseado na valorização do território e na comunicação segmentada. Deve focar vários destinatários como investidores, turistas, profissionais, futuros moradores e estudantes. Deve, como todas as marcas, incluir uma imagem, uma identidade e remeter para uma oferta e uma experiência apelativas. Não tenhamos dúvidas que as marcas geográficas aumentam a atractividade dos lugares, focam a visão e comunicam uma linha de acção mobilizadora e estimulam sentimentos de orgulho e pertença. É muito disto que precisamos no Alentejo.
Carlos Sezões
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