DÁ QUE PENSAR ...

Rubrica onde se transcrevem, pensamentos, frases e artigos de personalidades de renome, que reflectem o estado da Nação e nos deixam a pensar….
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Uma conjectura que dá que pensar é este “cortejo” desmedido que integra, entre outros, Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Isaltino Morais e Duarte Lima, ou seja, uma mostra algo significativa da elite de dirigentes, autarcas e ex-governantes do PSD, que estiveram de uma forma, ou de outra ligados a Cavaco Silva. Mais do que pedir compreensão e sacrifícios aos Portugueses, o Presidente da Republica deve-se interrogar também sobre aqueles que o rodearam e manifestar veementemente a intenção de tudo ter que ser feito para que os responsáveis pela crise ( gerência danosa de dinheiros publios, etc.) não fiquem impunes.
José Lopes (in Folha de Montemor)
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Outro provocador ingrato é o coronel Otelo Saraiva de Carvalho. Como nunca o obrigaram a pedir desculpas antes de o amnistiar, como ninguém lhe explicou que podia ocupar a sua tranquila reforma militar e aprender alguma coisa do que quer que fosse ou a fazer alguma coisa de útil, como ainda nenhuma alma caridosa lhe explicou que ele não é dono de 25 de Abril, ele junta as três coisas– a ociosidade, a ignorância e a jactância – para nos ameaçar regularmente que vai pegar em armas outra vez. Como se metesse medo a alguém.
Miguel Sousa Tavares
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Proliferam os comentadores televisivos para opinarem sobre a crise, à semelhança o que aconteceu com o futebol. É um enjoo, ou melhor um “tónico” depressivo. Muitos deles especialistas na matéria. Com vidas desafogadas. Raramente convergentes na opinião. Todos expressam uma opinião e parecem saber a receita, mas ninguém a dá. Provavelmente ninguém a sabe. Como bem lembrou um dia António Alçada Baptista, citando Almada Negreiros: « Quando nasci já estavam inventadas todas as ideias para salvar o mundo. Só faltava salvar o mundo…»…
José Lopes (in Folha de Montemor)
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O que mais surpreende, no entanto, para não dizer o que mais choca, é a pose descontraída dos chamados réus mediáticos. A confiança que exibem, o ambiente quase festivo. Todos são inocentes até ao transito em julgado da sentença. Mas, caramba, estão ali acusados de corrupção e crimes similares.
Não lhes ficaria melhor uma atitude menos exuberante e presumida?
Fernando Madrinha ( a propósito do julgamento face oculta)
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Senhor procurador, temos de meter o sr. Otelo no Campo Pequeno. Temos de o fechar lá dentro até ele aprender o que é um Estado de direito, até ele aprender que, num Estado de direito, não se fazem apelos a golpes militares.
Uma república kantiana não é da Joana.
Henrique Raposo