Era aquela pomada liquida, de bela aguardente feita, que os trabalhadores das pedreiras aviavam logo pela manhãzinha antes de irem trabalhar para as pedreiras. No Manel, no Zé Canhoto ou no Piçarra.
Lavava a alma, preparava os corpos e aquecia a mioleira. Dos que iam para as pedreiras até aos que trabalhavam nos campos todos cumpriam o ritual de passagem daqueles tristes dias frios e invernosos.
É esta marca de “Matabixo” que agora trazemos para o Al Tejo. Escrito assim porque sim. E porque vamos falar das Festas de Setembro em meia dúzia de golfadas a que demos precisamente este nome curioso de “Matabixo”.
Assim seja.
1. O tempo não ajudou. A festa esteve para o fracote. A tourada foi mais um desastre. A chamada Tertúlia não pendeu para o debate pendeu só para um lado. Ouviram-se calalinadas que valha-nos deus. E souberam a medo não a um debate cultural!
2. Pode ser que haja múltiplas razões…mas uma coisa é certa: a Festa sem uma sessão de fogo de artificio perde muito do seu encanto.
3. Dos Anjos não gostei. Menos ainda gostei da mistura com a fadista. Há interesses menos claros nas duas contratações?
4. Perdeu-se a Animação de Rua, porquê meus senhores?
5. A iluminação das Festas é um pavor. Mal empregado Alandroal. Começa a fazer-se tarde para rever esta situação.
6. Ainda não foi desta vez que a Câmara pôs o autocarro ao dispor dos alandroalenses que vivem nos arredores de Lisboa para se deslocarem ao Alandroal na Festa de Setembro. Quando será?
7. Registe-se que a Esplanada da Praça é, de facto, uma mais valia para tudo quanto há-de ser a vida cultural da Vila.
E pronto. Matou-se o bixo. Esperando que para o ano haja efectivamente mais tino cultural. Maior envolvimento das pessoas e a presença em crescendo daqueles que são e sempre foram alandroalenses.
“2011 foi assim;2012 como será? Para melhor?
Com as melhores saudações
Antonio Neves Berbem
(amanhã há mais matabixo)
6 comentários:
Muito bom Senhor
António Neves Berbem, gostei de ler o texto com muita lógica, quem conheceu o Alandroal e as suas festas de Setembro, nada como dantes.
Um abraço, Carlos Damas.
Nao gostei de algumas coisas sobretudo quando nâo passam de insinuações,como esta:
"Dos Anjos não gostei. Menos ainda gostei da mistura com a fadista. Há interesses menos claros nas duas contratações?"
Posso estar enganado mas isto nao tem muito interesse para o blogue, se nao forem provadas.
Desculpe SR. A. N. Berbem mas é a minha opinião.
Boas ao meu amigo A.N.Berbem e aos seus pontos sempre fulcrais.
Pode até ter razão nos pontos que descreveu, mas tem de admitir que depois de lidos a conclusão a que -quase- todos chegamos é a de que a C.M.A é responsável por tudo.
Este ano até pode ter sido... devido ao facto dos ALANDROALENSES estarem por completo nas tintas para ajudarem no que quer que seja.
Ao que sei nenhuma associação se ofereceu para ajudar.
Em todo o concelho há festas anuais, e em todas as festas se vêem voluntários locais na realização das mesmas, você próprio é testemunha disso com a costela de Sacaio que tem! É verdade que a C.M.A tem um grande peso a nivél de orçamento, mas nos pormenores que descreveu, acho eu que todos podem ajudar.
Em relação à mistura do Fado com Pop não correu assim tão mal! O objectivo era só o entretenimento.
E por aqui ficava até não poder mais, mas... (amanhã há mais matabixo).
A propósito do "matabixo":
Completei o 7º ano do liceu em Outubro, no Liceu de Évora. Duas cadeiras, matemática e desenho, ficaram para a 2ª época.
A matemática deu-me então explicações o meu parente e amigo, Engº João José Vermelho. A sessão começava às 18 horas e extendia-se até às 19, hora do início do programa radiofónico "em órbita" que ouviamos quase religiosamente.
O João José conseguiu o feito de me fazer aprender alguma matemática e passar no exame. Fiquei-lhe eternamente grato, poi sem a matemática não entraria em medicina.
Para o desenho fui durante todo esse Verão a Évora, onde me dava explicações o Dr. Bruno, director da Escola Normal. É aqui que entra o matabixo. Eu apanhava o autocarro das 6.30 da manhã e juntava-me com alguma malta, que fazia o mesmo percurso, no Sr. Piçarra. Sem vontade sequer para tomar o pequeno almoço àquela hora, arrepiava-me ver alguns amigos, que começavam a bolir de madrugada, despejar copos de bagaço pela goela abaixo, ainda o diabo dormia. Lembro-me bem de um: o Sr. José do Estreito que trabalhava com um carro de mula (era pai do Isaurindo).
Quanto à festa de Setembro, o importante foi encontrar bons amigos... porque para o ano há mais.
Um grande abraço
AC
OBS.
Ao Comentador 16.35
Quero esclarecê-lo que uma interrogativa/interrogação, é substantivamente diferente daquilo a que chama 'insinuação'.
Torne lá a verificar como é que a questão foi formulada e ficará esclarecido quanto à legitimidade do que é uma pergunta.
Cumprimentos
ANBerbem
Tem toda a razão no que diz caro António Neves Berbem, a diferença entre uma festa bem organizada como a dos Capuchos e a do Alandroal, esta mál organizada e com tremenda falta de gosto a níveis de decoração e de fraca escolha de animação.
Não é preciso gastar muito dinheiro para fazer bem, falei com o Presidente de Vila Viçosa de quem sou amigo e companheiro de muitos anos e o que gastaram ali foi mais ou menos o mesmo que se gastou por cá, só que as coisas brilham porque são bem organizadas e estruturadas.
O engraçado é que quem produziu mais uma vez as ditas festas dos Capuchos foi uma pessoa do Alandroal, ou seja temos por cá quem saiba da coisa e saiba fazer bem e andamos constantemente a inventar e a pôr as coisas nas mão de amadores e maus sapateiros.
Pergunto, porquê???????
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