Quando de novo são retomadas as Crónicas de Opinião na Diana FM e à semelhança nos últimos anos, venho mais uma vez solicitar a devida autorização para as colocar no blogue Al Tejo, deixando como sempre o link respectivo.
Grato pela atenção e na expectativa de um bom acolhimento da vossa parte e resposta urgente (para não deixar acumular), apresento as mais cordiais saudações
Francisco Manuel R. Tata
Caro Francisco Tata,
Temos muito gosto em que publique as Crónicas de Opinião no seu blogue.
Obrigado pela sua preferência.
Sérgio Major
DianaFm 94.1
Empreendedorismo simplificado
Carlos Sezões
Quarta, 21 Setembro 2011 10:47
Não existe, nos últimos 20 anos, governo em Portugal que não tenha apregoado a sua devoção ao empreendedorismo – fosse num programa eleitoral, num qualquer discurso parlamentar ou numa inauguração feita com pompa e circunstância. Compreende-se…o conceito é simpático e “modernaço” e muito dado a frases bonitas. Este governo ainda tem um historial curto demais para balanços ou elogios mas, neste campo concreto, merece pelo menos uma palavra de apreço inicial: foi o primeiro a criar uma secretaria de Estado da Competitividade, do Empreendedorismo e da Inovação e a ter assim uma visão integrada desta realidade.
Efectivamente, é necessária que a investigação científica e a consequente inovação esteja ao serviço da economia real e não apenas a ocupar o tempo e o orçamento da vida universitária. E é necessário que a competitividade da economia portuguesa esteja assente na inovação e não nos baixos salários. Vista a parte estratégica, falta ver a capacidade de execução, até porque o conceito é complexo.
“Empreendedorismo” não é apenas o trajecto de alguém a criar o seu próprio negócio, seja ele o café da esquina ou a empresa tecnológica que irá inventar o próximo Google. É toda uma mentalidade, uma atitude e espírito orientado para inovar – por conta própria ou por conta de outrem. É olhar e ver soluções onde outros vêem apenas ameaças ou problemas. É descortinar antes dos outros uma oportunidade no mercado e conceber formas criativas de a aproveitar – com novos produtos, novos processos, novas tecnologias ou novos modelos de gestão.
Temos, aqui, 3 obstáculos consideráveis em Portugal: a saber, o estigma cultural, a falta de competências de gestão e o financiamento.
Os dois primeiros resolvem-se, essencialmente com a educação de base, a formação e a promoção social do empreendedor. Enfatizar que tentar, errar, falhar e tentar novamente é normal e saudável! Mas também garantir que os projectos empreendedores serão sustentáveis e reduzir a sua mortalidade. Depois, o financiamento das boas ideias necessita de capital mais orientado à fase inicial do projecto, como a pesquisa, análise de mercado, desenvolvimento do “produto”. Não deve ser apenas o Estado com os seus subsídios ou o seu capital de risco a constar do menu de opções. A criação de fundos universitários desta natureza e um enquadramento jurídico e fiscal favorável a financiadores privados são áreas a explorar.
O empreendedorismo não será a cura de todos os males da economia portuguesa. Mas, numa economia global, a funcionar em rede, o papel de pequenas e médias empresas, inovadoras e flexíveis, resultantes do esforço criativo dos empreendedores é cada vez mais relevante. Há que favorecer o seu nascimento e a sua multiplicação!
Carlos Sezões

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