A ILUSÃO
Caminhava sem saber para onde ia, os meus pés tocavam o chão e nada sentia, olhava em frente e só névoa havia, de concreto nada descortinava, não sei se vivo ou não…
Provavelmente estou dormindo os talvez sonhando, o meu corpo não o tenho, apalpo e nada sinto, nada me dói, estou talvez no etéreo, não sei para onde vou nem de onde venho, queria talvez falar com alguém, mas esse alguém não se ilumina, só sei que vejo escuridão, num espaço profundo, do qual não descortino os contornos, não faço ideia aonde começa nem onde acaba, será que já estou no além?
Não! Não posso estar, pois estou caminhando, mas então porque razão nada vejo?
Porque artes estou metido neste beco? Do qual nada entendo?! Quem me atirou para aqui? Será que sou eu, que quis vir? Que motivos, desejos ou recordações, meteram este espectáculo na minha mente? Sinto um certo temor, ou apreensão daquilo que possa vir a ver… Mas temor de quê? Nada até hoje meteu medo na minha vida ! Portanto o que vier! Que venha…
E continuei a andar. De certo iria encontrar algo, pois devia ser esse algo, que sem o querer o meu subconsciente me levava a encontrar.
De repente, uma luz fortíssima abateu-se sobre mim, se antes estava na escuridão, agora só luz me circundava e da mesma forma, nada me deixava ver…senti-me amedrontado, mas ao mesmo tempo todo o meu ser, queria que algo acontece-se,
Como tal, estava mais ou menos preparado para tudo o que viesse…
E sem saber de facto de onde vinha, uma voz forte e bem timbrada, pergunta-me
Quem és tu? Aí, fiquei sem fala, tolhido de todos os movimentos, porque aquela voz dava-me a entender algo de sobrenatural; e disse para mim; pronto agora estás tramado, pois não acreditas nos ALÉNS e estás perante um!!!
Mas se não acredito, o que estou aqui a fazer? Nada provavelmente! De repente lembrei-me de uma pessoa e dizendo quem eu era, perguntei por ELA,
Então a dita voz, sempre por detrás do esplendor de luz (nunca consegui ver alguma figura), diz-me assim:
Meu caro: muito pouco te posso dizer sobre tal PESSOA, humildemente te digo que não te preocupes com ELA, está em bom recato e olha por ti todos os dias.
Mas como tu, só aqui estás em pensamento, não posso mostrar-ta…
Percebo muito bem o intuito do teu sonho, chama-se saudade, mas meu caro, também temos que saber viver com ela, a seu tempo todos os enigmas serão desfeitos e os factos
Apresentados. Portanto não tenhas pressa e assume os provérbios populares, pois lá está toda a ciência do homem,
Então eu, cheio de brios e destemor, perguntei: Mas porque razões, são todas estas coisas?... escondidas entre palavras e meias palavras, entre mitos e mais mitos, crenças e não crenças, religiões e doutrinas? Sim, porquê?
Porque não é tudo claro? E entendível? Porque razão há ricos e pobres?
E então aí, para meu espanto, a tal voz num timbre de humildade diz-me…
MEU CARO, EU NÃO INVENTEI OU CRIEI NADA, foram as vossas mentes , as de alguns bem tenebrosas que inventaram TUDO, nada te posso ajudar, serão vocês a ter que se organizar…
E, da mesma forma, que aquela luz apareceu, assim se foi e com ela, todo aquele êxtase em que me encontrava. De repente dei comigo a sentir os meus pés, já me doíam um pouco e disse para mim, já caminhaste um tanto na VIDA!!!
HOMERO
1 comentário:
Esta prosa convida à reflexão.
Nela, passam sentimentos que durante a maior parte da nossa vida, fazemos por ignorar.
De saudades de coisas que não vivemos, inclusive.
Que nos recorda todos os que amámos; todos os que nos amaram; todos os que estão connosco; todos os que já partiram, mas que se deitam, ainda, ao nosso lado.
Que estão do nosso lado; que ocupam os nossos pensamentos e que habitam, para sempre, os nossos corpos, alimentando-nos.
Um grande abraço para o Homero
AS
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