Para grande alegria minha, tenho verificado ultimamente que a “malta boa”, aqueles de quem irei desde sempre guardar grandes recordações, estão atentos ao Blogue.
Depois de aqui se ter recordado o Tóico, pelo Amadeus, foi a vez do Berbém recordar o Fitas. A partir daí todos aqueles com que sempre contei (especial referência para o Martinho e António João que por vezes pouco participativos) têm sido uma satisfação para mim saber que o Al Tejo está a contribuir para que aqueles que sempre estão no pensamento estão atentos, unidos, e a compreender a razão de ser deste espaço.
Não são só as “noites da Festa de Setembro “ que nos unem.
Até o grande amigo Homero não hesita em aqui trazer “confidências”, que mais não são, nem podem deixar de ser “retalhos da vida de um HOMEM”.
Pois bem: conforme já havia escrito em comentários, os nomes do Tóico e do Fitas já aqui haviam sido referidos.
Fiz uma “busca” pelo “baú” e dei com “isto”, publicado no blogue em 1994.
Talvez mereça a pena ler.
LOCAIS QUE DEIXARAM MARCAS NA MINHA JUVENTUDE
(Por detrás dos Celeiros)
Meia-noite. Acabou a má-língua na Arca da Fonte. Uns vão para a cama. Outros procuram outros locais pensando que “a gente não sabe nada” Mas a gente sabe: se não se vão “enroscar” vão pelo menos tirar a “aproximação”. Outros, e era o meu caso, fingem que seguem as pisadas dos primeiros mas raspam-se para detrás dos Celeiros.
Os Celeiros como o nome indica são grandes casões, situados no alto da Vila, onde na altura e se a memória não me falha a expensas do Grémio da Lavoura se armazenavam os cereais. Mais tarde mudaram-lhe o nome e chamaram-lhe EPAC. Vem tudo a dar no mesmo. Agora nem Grémio nem EPAC, também já não há “semente”.
Certo é que a Vila acabava ali. Por detrás e separado por uma barreira em terra, estavam os Olivais, a Cova dos Ginetes, o Poço da Morte e mais lá à frente S. Bento, para nos livrar da “peste” .
O “ESTURRICA”, já lá estava com a "arma do crime": o rádio de pilhas, os FÁTIMAS também. Às vezes até aparecia um “graduado”, depois chegava o JOÃO REGATÃO, e nos dias de mais “embrulho” o FITAS.
O silêncio era sagrado. Nem um pio. Roda para cá, roda para lá e às tantas “já cá está”! (percebem agora porque a primeira rádio local se chamou de CÁTÁ?)...
E depois de muito rodar ela lá aparecia : RÀDIO MOSCOVO...A VERDADE SOBRE PORTUGAL! Os cuidados eram redobrados, a partir de então só a alguns era permitida entrada.
P.S. NÂO SOU COMUNISTA...Mas presto homenagem àquilo que fizeram....
Saudações Marroquinas
Xico Manel
6 comentários:
Chamava-se Rádio Portugal Livre
... não se chamava " Rádio Portugal Livre ".
Chamava-se " Rádio Moscovo - edição de língua portuguesa ".
E emitia para Portugal e para o Brasil.
O " Rádio Portugal Livre " era emitido a partir de Argel. E o locutor era o Manuel Alegre.
Caro Xico Manuel,
É fascinante conhecer os bastidores da vida "marroquina"... faço votos de que continue a rebuscar na memória muitas e boas histórias com que a realidade se ia construindo para além do olhar dos que, novinhos demais para as viverem, ficam orgulhosos por as conhecerem...
Um grande abraço.
Convem recordar as "nossas praias": os tanques de Vale cortiço, do Zé da Maria Vicência, do João dos Pereiros e a Fonte das Freiras.
Sobre tudo isso já aqui foi recordado em especial o tanque do João dos Pereiros.
Mas não só:
A barbearia do Barradas
A Sociedade Artistica
A da Musica
A Arca da Fonte
e
até
O automóvel do Zé Kagano.
Tenho tudo guardado e pronto para voltar a ser publicado.
É só dizer
Um abraço
Chico
Caro Xico tambem eu não sou comunista mas tenho respeito e reconheço merito aos grandes homens de esquerda que lutaram pela liberdade do nosso país, já não reconheço merito algum nos que se dizem de esquerda e comunistas e não votam no seu partido e ideal por oportunidades de tachinhos e poder, a esses chamo simplesmente Judas.
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