quinta-feira, 8 de julho de 2010

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM



Eduardo Luciano - Um assunto sério, uma observação e uma anedota


Quinta, 08 Julho 2010 09:33
A intervenção em espaço público, de iniciativa da Câmara de Évora, integrada no projecto Acrópole XXI, parece ter ficado perdida algures no meio de um qualquer processo.
No passado mês de Março foi presente a reunião pública de câmara mais um relatório de mérito do júri do concurso.
Perante dúvidas que se colocaram sobre o verdadeiro alcance da aprovação do dito relatório, o vereador do PSD pediu que o ponto fosse retirado, tendo os vereadores da CDU alertado para os prazos que se começavam a esgotar, tendo em conta que uma intervenção daquele âmbito teria necessariamente que ser colocada em discussão pública.
Em Abril realizou-se uma reunião de trabalho onde estiveram presentes, o presidente, os vereadores, a equipa projectista e parte do júri de concurso, que concluiu que a proposta, a ser presente a reunião de câmara, deveria ser clarificada para que os eleitos soubessem o que estava em causa ao aprovarem o último relatório de mérito.
Passaram quase três meses e nada foi presente ao executivo camarário nem foi prestada qualquer informação sobre esta omissão.
Tal como tínhamos afirmado na reunião de câmara de Março, os prazos começam a esgotar-se e não nos parece que o município possa abandonar de ânimo leve os parceiros públicos e privados envolvidos no projecto.
Este é um processo que desde o seu início não teve qualquer entrave colocado por qualquer partido representado no executivo camarário, mas é preciso ouvir os eborenses numa ampla discussão pública que se prevê interessada e apaixonada.
Várias perguntas necessitam de resposta, afinal o que está a acontecer a este projecto? Porque não voltou a reunião de Câmara o último relatório do júri? Para quando a imprescindível discussão pública?
Na passada terça-feira, quando lia o jornal Público, deparei-me com um título de uma notícia que me causou alguma perplexidade. Afirmava-se "PCP condena retirada de prémios na ANA".
Há primeira vista parecia que o PCP estaria contra a retirada de prémios de desempenho a gestores, neste tempo de sacrifícios para os que menos ganham.
Lida a notícia, afinal a deputada Rita Rato tinha considerado grave e inadmissível a não atribuição por parte da ANA do prémio de assiduidade às trabalhadoras que tiveram dispensa para amamentar.
Esta discrepância entre títulos e notícias é tão comum neste jornal que já é famosa a anedota dos crocodilos.
Reza então a ilustrativa caricatura que numa visita ao Zoo uma criança terá caído ao fosso dos crocodilos.
Um cidadão temerário terá saltado para junto das feras e terá salvado a criança de ser devorada.
Assistindo a tudo, um jornalista do Público depressa escreveu a notícia realçando a coragem do cidadão que arriscou a vida para salvar a criança em perigo, tendo anotado o seu nome para o devido realce.
Chegada a notícia à redacção, um dos responsáveis pela edição descobriu que o temerário cidadão era afinal um conhecido militante comunista.
A notícia saiu como o jornalista a escreveu e o título rezava assim: "Zoo de Lisboa, Comunista impede jovem crocodilo de se alimentar".
Até para a semana

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