terça-feira, 6 de julho de 2010

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM

Transcrição da crónica diária transmitida aos microfones da :http://www.dianafm.com/

Miguel Sampaio - 8 de Julho


Segunda, 05 Julho 2010 11:10
Dia 8 de Julho marcará mais uma jornada de luta dos trabalhadores portugueses contra as medidas adoptadas, por este governo dito socialista, supostamente para combater uma crise, cuja exclusiva responsabilidade é daqueles que detêm o poder e que se esforçam há décadas, para retirar da Constituição da Republica todos os direitos conquistados através da luta concertada dos sindicatos e de toda a esquerda.
Direitos que fizeram da nossa Constituição uma das mais equilibradas e justas do Planeta.
Mas uma palavra insidiosa, esvaziou o conteúdo de tudo aquilo por que nos batemos, uma palavra apenas, metida num texto por mãos hábeis de oportunistas encartados.
Tendencialmente!
O ensino que tende a ser gratuito, a habitação que tende a ser para todos, a saúde que faz que tende, mas não tende coisa nenhuma, a justiça que tende sempre para o lado do mais forte...
Disto tudo resta que a classe média tende a desaparecer, que a miséria tende a aumentar, que as pessoas são tendencialmente infelizes e que a massa crítica tende a emigrar, enquanto os jovens tendem para o desencanto profundo de um futuro sem perspectivas, sem estímulos, um futuro Orweliano.
O Grande Irmão já chegou há muito, com as agências de rating, com os grandes conglomerados, com o controlo total do poder político, a manifestar-se no vaivém das cadeiras do poder, para a direcção de grandes empresas e vice-versa, num circuito fechado de algumas centenas de pessoas espalhadas pelo mundo, de rosto escondido, protegidas por títeres de opereta que vendem a sua dignidade por um prato de lentilhas.
A luta possível, eficaz, só pode passar por um não global, por um imenso manguito de norte a sul, que varra como um tsunami, a pesporrência destes criminosos organizados, destes esclavagistas que em vez das correntes de ferro usam o medo, que em vez do chicote usam o desemprego, que em vez dos cafezais e dos campos de algodão, nos amarram horas a fio a linhas de montagem e não contentes com isso, nos ameaçam com o desemprego, com a fome, se não aceitarmos as suas regras. Essas regras impostas não se sabe por quem nem quando, mas que eles querem fazer passar por únicas. Como se os seus lucros as suas fortunas não fossem filhos do nosso trabalho, geradas pelo povo, paridas com o nosso suor.
Dia 8 de Julho é um passo mais no caminho da nossa revolta.
Um grito colectivo.
Já basta.

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