terça-feira, 4 de maio de 2010

AO CORRER DO TECLADO (POR AL-KALATY)

O ANO SANTO, TERMINA SEMPRE NO ALGARISMO“0”


No tempo que os animais falavam, isto é, nos velhos tempos hebraicos, havia o costume de se consagrar de 50 em 50 anos um ano inteiro a determinadas festas, com a libertação dos escravos, com o perdão automático de todas as dívidas, com a possibilidade do retorno da propriedade aos seus possuidores originários, etc.etc.
Tratava-se de uma lei de carácter divino, mas por norma de conteúdo essencialmente social e simbólico.
Com a aproximação do ano festivo, este era anunciado, tal qual as festanças eleitorais de hoje por todos os meios, sem esquecer uma trombeta curva feita de chifre, utilizada para o efeito, sem se pretender saber se era de justiça tais exéquias, ou até mesmo se iria prejudicar fosse o que fosse.
Tal instrumento por norma utilizado, tinha o nome de «jobel» em hebraico, dando origem á palavra jubileu, com que ainda hoje se designa, na história e na liturgia da Igreja Católica, a libertação de toda a pena devida à justiça de Deus, pelos nossos pecados.
Porque neste mundo, somos todos considerados viageiros e peregrinos, condicionados e forçados implicitamente ao drama da existência., onde sobre o sentido trágico da nossa jornada, paira sempre uma grande esperança, que nos vem da assistência providencial e das profundezas inesgotável do tesouro dos Santos que, triunfantes das alturas, se inclinam sobre nós, e velam com piedade o nosso destino. errático
Naquele tempo a que me reporto…, no tempo das perseguições, talvez igualitárias na forma, na crença e de segundo sentido às de hoje, muitos se apresentavam á Igreja, como portadores de testemunho bondoso e sem mácula, para assim ficarem reconciliados e abertos para os desmandos.
Mais tarde, esses mesmos ou iguais, em vez de uma reconciliação por antecipação, instruía-se uma comutação da penitência, feita com autorização da Igreja, e não apenas no plano exterior e jurídico, mas com valor objectivo e sagrado, crismados ou não, beneficiando de tudo particularmente por meio de peregrinações de todo o modo e feitio, conforme o cheganço e o grau de parentalidade.
São os casos do resgate de escravos, a construção de catedrais e obras hospitalares, não esquecendo a gesta heróica das Cruzadas, todas estas derivantes se tornaram motivo e certeza, para a concessão de indulgências apetecidas
Talvez muitos não saibam, o certo é, que houve celebrações de Anos Santos extraordinários, como o de 1933, comemorativo do 19º centenário da Redenção. A Porta Santa da Basílica da S. Pedro em Roma, foi na altura aberta pelo Papa Pio XI, no dia 1 de Abril, na presença de mais de 50.000 pessoas, e encerrada solenemente no dia 2 de Abril do ano seguinte., com toda a pompa e circunstância. de convidados ilustres, onde a plebe apenas faz número e devoção.
Logo de seguida em 1949, por éditos publicados em Maio, Pio XII decretou que durante o jubileu de 1950, seria concedida a indulgência plenária e perdão dos pecados, a todos os peregrinos que satisfizessem determinadas condições, e mostrassem o desejo de que o Ano Santo promovesse a satisfação das almas pela oração e penitência. - Firme lealdade á Igreja. – Actividade de pacificação e protecção dos Lugares Santos. – Defendendo a Igreja contra renovados ataques dos inimigos. – Realização de Justiça Social e obras de caridade.
Assim Lisboa tornou-se uma encruzilhada e uma passagem, para item sagrados, para ajoelhar na Cova de Iria, convívio de culto tornando-se uma assombrosa mobilização, afirmativa de fé e esperança.

Com esta panóplia de palavras santificadas e cheias de boas vontades e enquanto as digitalizava, a verosimilhança tal como as idealizei, levou-me a estar na presença de um texto ideológico e político, dado que os processos, as oportunidades e os sermões, em pouco diferem da actualidade.

Pela ponderação e realismo utilizados, peço perdão.

JPBR100421

2 comentários:

Anónimo disse...

Turbulência

a evidência
da turbulência
tem amência
da conveniência,
na polivalência
das excelências
as sapiências
cosem vivências,
onde a aquiescência
canta as indecências
em total obediência
ás eminências


Poema de: poetaeusou

Anónimo disse...

Corrijo o meu lapso:
tem ANUÊNCIA