O QUE O ALANDROAL DEVE TER - O CONCELHO NÃO PODE PERDER (2)

D.
O que o Alandroal deve ter à sua frente, é um novo conjunto de autarcas capazes, responsáveis e com a cabeça arejada como, aliás, a limitação dos mandatos já em vigor assim o indicia.
E que não se ponham como até aqui “a leiloar-se” e a olhar pasmados ao espelho para as obras apressadas e endividadas (diz-se que em mais de meia centena de milhões de euros?) que andam fazendo e desfazendo em ano de eleições.
O Alandroal já não precisa de autarcas “viciados apenas em obras físicas”, em simplório betão. Sempre mais betão. E que (sem que a VILAS do Concelho disso tenham qualquer culpa…) agora se vêm tornando ‘desalmados especialistas’ em abater e destruir tudo quanto seja arvore, à revelia das novas práticas e exigências ambientais dos nossos tempos. O Alandroal de verde que era foi-se e morreu!

O que o Concelho entretanto não pode perder, é a noção de que é um Todo e de que a democracia formal e participativa, se irá tornar uma exigência política e realidade social abrangente. Acabou, portanto, um ciclo: o dos autarcas predadores do betão.
E seja quem for o novo presidente da autarquia, tem de perceber que outro ciclo irá começar marcado especialmente por menos teatro político, menos espectáculo (s), e por uma mais equilibrada poupança, acompanhada de investimentos criativos. E, ainda pela inovação nos apoios sociais a uma população pobre e envelhecida. Desempregada ou sem esperança.

E.
O novo ciclo do poder local no Alandroal requer urgentemente uma visão diferente do ordenamento do território concelhio focada no médio e no longo prazo. E, sobretudo, no reforço da dimensão intermunicipal. É ver o que se passa com o Redondo e Reguengos de Monsaraz.
Quanto às novas prioridades já têm nome e situam-se na Educação, (o Alandroa continua sem o 12ºAno) no apoio firme às envolventes das actividades económicas e empresariais, na qualificação das pessoas. E, muito particularmente, na eficiência dos apoios sociais. São estes os verdadeiros pilares de uma boa e honesta governação local.
Sem espavento, sem mordomias “socialistas” e sem luxos absolutamente perversos e indecorosos. Em duas palavras: com responsabilidade social.

F.
Até porque já estão elaborados e em vigor uma série de instrumentos nacionais--- o PNPOT, o ENDS, o PROF. --- e, em ultimação, os Planos Regionais de Ordenamento do Território (PROT) aos quais os autarcas da nossa Terra devem estar em condições de aderir.
Sabendo o porquê e projectando acertadamente como o devem fazer.
É bom lembrar que, com a entrada em vigor da Lei nº46/2005 de 29 de Agosto relativa à limitação dos mandatos, mais de 60% dos autarcas, não se poderão recandidatar em 2013.
Mais uma razão para que, como ao princípio dizíamos, nas próximas eleições autárquicas de Outubro se percam uma série enorme de vícios fazendo com que as listas sejam mudadas e rejuvenescidas, ficando para os partidos políticos o trabalho futuro de formação de quadros.
Preparando-os, é claro, para os desafios dos tempos novos que aí vêm.

Em síntese: o que o Alandroal deve ter e o Concelho não pode perder, é a oportunidade de mudar a verdade do que pode vir-nos a acontecer. Em termos de projectos fiáveis e de pessoas confiáveis. Ou isto, ou o Concelho poderá rapidamente entrar em falência.

António Neves Berbém
XXIV/VI/MMIX